Na manhã de ontem (1º), o presidente ilegítimo Jair Bolsonaro anunciou, entre outros ataques contra os trabalhadores, que irá reduzir o valor do auxílio emergencial para R$300. Hoje, o benefício tem como valor R$600.
A medida, embora criminosa, não é uma novidade. Desde o início do pagamento do auxílio, os capitalistas sempre defenderam que esse tivesse o menor valor e a mais curta duração possível. O que os golpistas querem, de fato, é acabar com o auxílio, mas tomaram a decisão de diminuir o seu valor apenas para atender a interesses eleitorais e para evitar uma explosão social.
A possibilidade de uma explosão social sempre foi, inclusive, o único motivo pelo qual o governo Bolsonaro, inimigo do povo, decidiu implementar o benefício. O auxílio emergencial não é uma “vitória da oposição”, como alega a esquerda parlamentar, nem um gesto de humanidade do governo. Trata-se apenas de um acordo, de uma concessão da burguesia, para evitar que o país colapsasse o governo fosse violentamente derrubado.
Mesmo a burguesia tendo essa preocupação em mente — isto é, de que sem um auxílio emergencial dificilmente o governo se sustentaria —, o valor do benefício não corresponde, nem de longe, às necessidades mais básicas dos trabalhadores. Na melhor das hipóteses, uma família poderá receber R$1,2 mil de auxílio. Se essa família for composta por cinco pessoas — o que seria uma família bastante pequena —, são nada mais que R$240 por pessoa por mês. Ou ainda R$8 por pessoa por dia. Evidentemente, esse valor é insuficiente para uma alimentação digna, aluguel, energia, água etc.
Não é à toa, portanto, que, mesmo com o auxílio emergencial, o consumo das famílias teve a maior queda já registrada na história (12,5% entre abril e junho). Se o auxílio for reduzido para R$300, a situação vai ser ainda mais dramática: literalmente, milhões de pessoas serão empurradas para uma situação de fome.
A única maneira de não morrer de fome, já que o auxílio está beirando à extinção, será que os trabalhadores estejam nas ruas para trabalhar, o que está acontecendo, uma vez que o governo nunca promoveu um isolamento social real. Por um lado, milhares desses trabalhadores acabarão morrendo e levando o coronavírus para as suas famílias, ao ter de andar em transportes lotados e trabalhar em galpões aglomerados. Por outro, uma grande parcela não vai conseguir emprego, uma vez que a burguesia está cada vez mais falida.
A política de Bolsonaro, assessorado por Paulo Guedes, é a política oficial do imperialismo para o Brasil: nada para o povo, tudo para os capitalistas não entrarem em falência.