Na ultima quinta – feira (7), o presidente fascista Jair Bolsonaro, junto com o ministro golpista Paulo Guedes, recebeu em Brasília representantes da burguesia para discutir a reabertura da economia, que diante da incapacidade do capitalismo de se manter por conta própria, apelam para que o Estado os salve na crise do coronavírus. O intuito, segundo declarações dos presentes na reunião, seria promover a flexibilização do isolamento social e a abertura imediata das indústrias, com a retomada das atividades econômicas.
Da forma que o isolamento social tem se dado, intencionalmente desacompanhado de outras iniciativas para a efetiva proteção e combate da doença, está longe de ser uma alternativa capaz de enfrentar a crise do coronavírus causada na classe trabalhadora. Ficar em casa sem medidas como testagem em massa, distribuição de equipamentos de proteção e alimentos, desinfecção das ruas, criação de hospitais, auxílios dignos, etc, não é um isolamento social eficiente, mas sim uma forma que a parte da burguesia que é a favor da quarentena, no que é apoiada pela esquerda pequeno-burguesa, encontrou de jogar o povo para morrer em casa e se eximir da responsabilidade pelas mortes. E mesmo esses “heróis” da “quarentena”, como Dória e Witzel, começam a falar em flexibilização de um isolamento já totalmente precário.
Bolsonaro sempre se posicionou contra a chamada quarentena, o que reiterou no encontro, afirmando que há dois meses alerta que a economia não pode parar. O empenho de Bolsonaro e dos golpistas por outro lado não é o mesmo quanto à proteção da classe trabalhadora que sustenta estas indústrias. Há algumas semanas o presidente ilegítimo afirmava: “Alguns vão morrer? Vão, ué, lamento. Essa é a vida.” Para a o governo Bolsonaro, que tenta a todo custo salvar as empresas, injeta mais de um trilhão de reais para salvar os bancos enquanto deixa a população morrer, a vida dos trabalhadores é dispensável, os capitalistas já têm em conta quantos morrerão pela pandemia, e com o discurso do “vão morrer, não podemos fazer nada” querem levar os operários para a morte nas indústrias.
Ao mesmo tempo em que os exploradores da classe trabalhadora defendem no encontro em Brasília a retomada das atividades industriais, justificando a necessidade de salvar a economia com metáforas repulsivas como “embora preservados os sinais de vida”(da economia) e “A indústria, a atividade comercial está na UTI”; na realidade da população os hospitais esgotam a capacidade de seus leitos de UTI e as mortes confirmadas pelo vírus já passam de 9.000, em dados oficiais, subnotificados!
Não há UTI para comportar a saúde dos trabalhadores e os sinais de vida já não existem para mais de nove mil brasileiros, que são realmente quem precisa e a quem o Estado deve proteger. No entanto, como consequência de um Estado comandado pela burguesia e não pelos trabalhadores, o Estado é a ferramenta pela qual os capitalistas se aproveitam da pandemia da COVID-19 para promover a morte do povo em prol de seus interesses.