O presidente ilegítimo Bolsonaro, aprovou a Medida Provisória (MP) 984 no dia 18 de junho. Essa medida tem a aprovação dos cartolas dos grandes e principais clubes de São Paulo e Rio de Janeiro.
A MP 984, modifica a lei do direito de transmissão dos jogos no país. A medida altera o artigo 42 da lei Pelé, que garantia o direito de transmissão para os dois clubes em campo. Antes da medida implantada por Bolsonaro, emissora precisava ter o direito dos dois clubes, agora, apenas o direito do clube da casa, ou seja, o mandante.
Os grandes clubes, defendem a MP com o pretexto de aumento da liberdade na negociação desses direitos, o clube que mais defende a medida é o Flamengo, clube que sozinho debateu o decreto com o governo federal e está brigando com a Rede Globo sobre o direitos de transmissão do campeonato carioca.
“Ao passar o direito de transmissão para o mandante, você retira a previsão legal do espírito de solidariedade e desestimula a negociação coletiva. Além disso, a medida tem um efeito pontual, de até 120 dias, e o único que pode ser beneficiado nesse período é o Flamengo, que está brigando com a Rede Globo sobre os direitos de transmissão do Campeonato Carioca”, explicou, o pesquisador e jornalista, Emanuel Leite Junior.
Diversos especialistas, mostram que o decreto aprovado pelo governo federal, é um grande retrocesso no futebol brasileiro. O efeito da medida é típico de uma política para beneficiar aqueles que já ganham muito, ganhar ainda mais, e aqueles que quase nada ganham, se contentar com um pequeno aumento para não dizer que não estão ganhando nada.
Os únicos beneficiados serão os clubes de grande porte financeiro com maior visibilidade no país. Os clubes do nordeste, por exemplo, serão os menos beneficiados com essa medida que para os especialistas é uma maneira para aumentar ainda mais a desigualdade no futebol brasileiro.
“Aqueles que já ganham muito, ganharão muito mais. Já os que ganham menos, vão aumentar a receita, mas não será proporcional. É uma tendência aumentar a desigualdade, já que o poder de barganha é diferente”, lamentou, Anderson dos Santos, pesquisador e professor, autor do livro “Os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol”.
“Se não houver um mecanismo de barganha coletiva, com uma divisão equânime entre os competidores, as empresas vão pagar mais para os maiores clubes. É a lei do mercado. Qual o mercado que o Bahia, Sport, Sampaio Correia ou CSA podem oferecer, além do local? Qual a barganha nacional que eles vão ter? Os clubes de centros de maior poder econômico vão ganhar mais, naturalmente”, criticou, Anderson.
A MP 984, tem a provação da grande burguesia nacional, grandes empresários, cartolas de diversos clubes, levantando uma crise no monopólio da rede Globo, que perde espaço no controle das transmissões dos jogos de futebol. Por outro lado nada muda, a medida é para atacar centenas de clubes pequenos, de baixo escalão no quadro do futebol nacional.