Segundo informou pelo Twitter, na manhã de quarta-feira, enquanto se deslocava de Israel para o Brasil, o presidente ilegitimamente eleito, Jair Bolsonaro, incumbiu o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de visitar o Estado do Rio Grande do Sul para acertar detalhes sobre a concessão, para administração pela iniciativa privada, da Floresta Nacional de Canela, além dos parques Serra Geral e Aparados da Serra, que integram o Núcleo de Gestão Integrada Aparados da Serra, em Cambará do Sul.
A Floresta Nacional de Canela é uma unidade de conservação federal no Rio Grande do Sul, Brasil. Foi criada em 25 de outubro de 1968 através da Portaria nº 561 em uma área de 517 hectares no município de Canela, destinando-se a um uso sustentável dos recursos florestais, ao turismo e à pesquisa científica. Já o Parque Nacional de Aparados da Serra é uma unidade criada através do Decreto Nº 47.446, de 17 de dezembro de 1959,, para conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada na Serra Geral, encampando os desfiladeiros na divisa natural entre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, e abrangem uma área de aproximadamente 30,4 mil hectares.
Ambos são administrados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que é uma autarquia em regime especial vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e integrada ao Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O Instituto, criado em 2007, tem no seu nome a homenagem ao seringueiro, o acriano Chico Mendes, ativista cuja luta ganhou repercussão nacional e internacional pela defesa da biodiversidade amazônica, sendo reconhecido mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) e recebendo inúmeros prêmios, sendo um dos mais importantes o “Global 500”, por sua luta em defesa do meio ambiente.
Com esta privatização, mais de 30 mil hectares de patrimônio público deixarão de ser administrados por este renomado Instituto, para serem explorados pelas empresas do setor privado.
Como é de conhecimento de todos , atualmente, somente cerca de 55% da área florestal nativa encontra-se preservada. Embora a legislação ambiental garanta a existência de unidades de proteção e uso sustentável, ainda é significativo o desmatamento no Brasil. Esse processo vem de longe, desde a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500 que o desmatamento é contínuo e crescente. A exploração de madeira, a abertura de áreas para cidades e atividades agropecuárias foram, aos poucos, diminuindo as áreas de vegetação nativa dos biomas brasileiros.
Também não é novidade, que, junto com o desmatamento, foi ocorrendo um processo de desequilíbrio ambiental, fato que gerou a diminuição de espécies animais. Muitas espécies brasileiras encontram-se hoje em situação de risco de extinção.
Segue Bolsonaro, o que reza a cartilha neo liberal de Paulo Guedes, cujo interesse, longe de ser a defesa da biodiversidade e proteção da natureza, só quer saber do lucro que vai ser gerado e transferido para o imperialismo em detrimento do desenvolvimento da região e da preservação local.
Esse é o verdadeiro pano de fundo da privatização. E a tendência é que os 55% de área florestal preservada caia bastante, com a ajuda do governo golpista modificando a legislação sobre a área de proteção ambiental para favorecer a exploração com o desmatamento, exploração da madeira, liquidação da fauna já em extinção, além de prováveis loteamento das áreas para as aves de rapina do setor imobiliário.