O governo ilegítimo de Bolsonaro definiu o novo presidente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), na quarta-feira, 16 de setembro. Dessa forma, consolida mais um passo em sua política. Isso porque o nomeado Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo Filho é dono de grande parte das terras improdutivas do Rio Grande do Norte. Por exemplo, o economista é dono de fazendas de gado e herdeiro de uma das maiores fortunas do estado.
A família do novo presidente, inclusive, é cheia de casos escandalosos de diversos crimes. O irmão e sobrinho foram presos em 2017 devido ao pagamento de propinas a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Natal. Da mesma forma, sua mãe, ex-prefeita de Ceará-Mirim (RN), foi condenada a pagar R$76 mil por improbidade administrativa.
Além disso, seu pai foi ex-governador do estado entre 79 e 83, 87 e 91, e senador entre 95 à 2003. Os partidos pelos quais foi eleito foram os mais direitistas possíveis. Começou no partido da ditadura, a Arena e seu sucessor, PDS. Após esse momento foi se reciclar no centrão do PMDB e ao exercer o cargo de senador estava no liberalíssimo PSDB. Essas escolhas da família de Geraldo só comprovam a origem burguesa de que vem o novo presidente do INCRA.
Tudo isso aliado a presença de 13 acampamentos do MST em suas terras improdutivas, frutos das dívidas da má gestão de usinas de açúcar que faliram. Nesse caso, Geraldo é o maior dificultador do direcionamento dessas terras à reforma agrária. Mais que isso, é um representante da União (anti)Democrática Ruralista. A UDR é uma reunião de latifundiários que defendem o extermínio de indígenas, agricultores e populações quilombolas.
É que a política bolsonarista se aprofunda cada dia mais em uma proposta de destruição das organizações dos trabalhadores, através de uma política antipovo. É a proposta de defesa do latifundiário, do rentista e dos interesses imperialistas, que, ao custo de sangue e suor dos explorados, enriquece uma elite política nacional e, ainda mais, a burguesia internacional.