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Ditadura

Bolsonaro ameaça com as forças armadas

Bolsonaro utiliza o ódio que a população nutre contra a direita tradicional pelos seus mal feitos seculares, para fazer campanha pela ditadura, enquanto isso a esquerda assiste

Mais uma vez o povo brasileiro foi ameaçado pelo ilegítimo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Na última sexta-feira (23) ao conceder entrevista à TV A Crítica, de Manaus, o presidente afirmou que as Forças Armadas podem ir às ruas contra o toque de recolher adotado por governadores e prefeitos por ferirem o Art. 5º da Constituição, que trata do direito de ir vir, da liberdade religiosa e de culto, etc. Evidentemente, que a crise com Governadores e prefeitos e a suposta defesa dos direitos democráticos é utilizada aqui de maneira puramente demagógica, o essencial é utilizar as crises para apresentar a ditadura militar como uma saída política para a burguesia melhor do que as representadas por outros setores.

Segundo Bolsonaro:

“As Forças Armadas podem ir pra rua um dia sim, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer cumprir o artigo 5º, direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, direito ao trabalho, liberdade religiosa, de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores, alguns poucos prefeitos, mas que atrapalha toda nossa sociedade”.

O presidente ilegítimo deu a declaração em uma rede de televisão, afirmou em alto e bom som que as Forças Armadas podem intervir na situação política em grande escala mesmo contra os representantes da burguesia que controlam os Estados, particularmente em São Paulo, Estado mais importante da federação do ponto de vista econômico, o que demonstra o alto grau de articulação política em torno desta medida. As recentes movimentações no alto-comando das forças armadas podem ter permitido tal coesão e dado a segurança necessária a Bolsonaro para dar uma passo a mais e ameaçar quase que nominalmente João Doria, governador de São Paulo, assim como todo o país, sem medo de causar crises na caserna.

Bolsonaro é nesse momento um dos maiores propagadores da saída autoritária contra a esquerda e a população, procura sempre aproveitar os choques entre os setores da burguesia para insuflar sua base de apoio bolsonarista e ganhar o núcleo fundamental da burguesia para o apoio ao golpe de força.

Na mesma entrevista, o ex-capitão revela abertamente que o plano de intervenção já está elaborado e que há mesmo afoitos que o querem ver implementado já. Bolsonaro revela este fato da maior gravidade, da conspiração do presidente e das Forças Armadas contra o país, colocando o plano para conter um possível caos decorrente da fome. Naturalmente que Bolsonaro e seu governo de maneira alguma preocupam-se com a fome do povo brasileiro, ao contrário seu governo introduziu ou reintroduziu esse flagelo na vida de milhões de famílias no país, o número de famintos chega a 20 milhões, enquanto o governo reduz drasticamente o auxílio emergencial e mesmo o elimina para muitos desses famintos.

O que Bolsonaro e a burguesia de conjunto temem não é a fome, mas o caos, ou seja, as explosões sociais que dela podem decorrer. Assim se exprimiu na entrevista:

“Se tivermos problemas, nós temos um plano de como entrar em campo. E eu tenho falado: eu sou chefe supremo das Forças Armadas. Se precisar, iremos para ruas, não para manter o povo dentro de casa, mas para restabelecer todo o artigo 5º da Constituição, e, se eu decretar isso, vai ser cumprido esse decreto”.

E ainda:

“Eu não posso extrapolar. Alguns querem que a gente extrapole” e continua: “Eu estou junto com meus 23 ministros, da Damares ao Braga Netto, praticamente conversados sobre o que fazer se um caos generalizado se implantar no Brasil pela fome. Pela maneira covarde como alguns querem impor essas medidas.”

O vácuo político causado pela inação total da esquerda, que adotou o fica em casa, contribui mormente para o fortalecimento de Bolsonaro, a direita tradicional, odiada pela povo, não progride nem um milímetro, sua política genocida de sempre é completamente rechaçada, a esquerda sem política, no entanto, procura apoiá-la como o mal menor contra Bolsonaro e o fascismo. A extrema-direita tira proveito da situação jogando com o ódio natural das massas a essa direita tradicional que tão mal fez ao país desde sempre, ataca-a, dando coesão maior a sua base e chegando a círculos maiores da própria população trabalhadora, aparece aos olhos dos outros como um político contra o sistema, mesmo sendo uma parte deste sistema podre.

Ou seja, a inação da esquerda e a política fracassada de frente com essa burguesia tradicional, que não se diferencia em nada de Bolsonaro no quesito atacar o povo, somente contribui para fortalecer ou ao menos tornar mais estável seu governo caótico, na medida em que não há oposição e nem quem lute consequentemente em defesa dos trabalhadores, que se recusam a apoiar, seja Bolsonaro, seja essa direta tradicional igualmente nojenta e reacionária. Um golpe de força num cenário como esses torna-se propício, já que não há riscos, pois não haverá quem lute contra ele.

O que coloca o problema nos seguintes termos, a burguesia se ver que seu plano de criar uma alternativa ao Bolsonaro não surtir efeito irá apoiá-lo contra a esquerda entusiasticamente, e quanto mais a alta burguesia adere sem reservas, uma vez que toda burguesia apoia Bolsonaro, ainda que setores importantes tenham reservas, mais a ditadura aberta se tornará real.

Para barrar a sanha ditatorial, é necessário que a esquerda rompa os laços que a ligam a direita tradicional e se apresenta liderança das amplas massas trabalhadoras, que se abandone a política do fica em casa, reabra os sindicatos, organizam as massas para lutarem por seus direitos nesse momento crítico, somente constituindo uma campo de luta que agrupe as massas que realmente coloquem em risco, que torne um golpe de força uma ação demasiado custosa e perigosa, na qual pode-se perder os anéis e os dedos, somente assim a burguesia riscará a alternativa ditadura militar de seus planos.

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