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Destruindo tudo

Bolsonaro acaba com única fabricante de chips da América Latina

Para o presidente ilegítimo, “o Brasil não é onde pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos que desconstruir”. Ceitec desmontada: 250 empregos e perda soberana

“Nós temos que desconstruir muita coisa”, assim se expressava Bolsonaro em Washington, em Março de 2019. Está aí, um político de palavra.

Desconstruir. Nada construir. Destruir o que outros construíram. Assim é Bolsonaro. Foi pra isto que deram o golpe. É por isto que elegeram o Bolsonaro. Para desconstruir o Brasil.

Bolsonaro vai desconstruir a estatal brasileira, Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada) única fabricante na América Latina de semicondutores (utilizados na fabricação de componentes eletrônicos). O presidente do STIMEPA, João Batista Massena, denuncia a intenção de Bolsonaro, que vai impactar a vida de centenas de famílias e a sociedade como um todo. “Estaremos junto aos trabalhadores e às trabalhadoras da Ceitec em mais essa batalha para impedir o desmonte do estado brasileiro”, disse.

Com Lula o Brasil juntava-se às grandes economias do mundo como China, Rússia e Índia no domínio da cadeia de produção de circuitos integrados. O país superava a negra fase da era FHC. China, Rússia e Índia são países que investem pesadamente nesse setor, noticia o jornal Brasil de Fato. Países com economias menores que a brasileira já possuem indústrias de microeletrônica que representam parte significativa de seu PIB, como Coréia e Malásia.

A estatal Ceitec, Centro Nacional de tecnologia Eletrônica Avançada, desenvolveu projetos inovadores na área da microeletrônica, inclusive censores capazes de detectar a covid-19.

Mas, eis que chega Bolsonaro, e sua determinação de desconstruir, e pimba. A única fabricante de chips na América do Sul, está incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do governo Bolsonaro, que visa desmontar políticas públicas de fomento à economia brasileira. Visa privatizar a Ceitec, Centro Nacional de tecnologia Eletrônica Avançada.

Trabalhadores da Ceitec e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre (STIMEPA), denunciam que, 250 servidores concursados e terceirizados perderão seus empregos com o desmonte. Mais que os empregos, as perdas na pesquisa, na inovação tecnológica, na perda da soberania do Brasil, são incalculáveis. “Com (o desmonte da fábrica) perderemos tudo o que desenvolvemos em termos de pesquisa e de patentes científicas. Os sensores para detectar a covid-19, por exemplo, não podemos desenvolvê-los. Temos uma empresa pública capaz de fornecer um importante instrumento sanitário, mas que não é fabricado por falta de interesse público”, critica o dirigente do sindicato.

A Ceitec foi criada para alavancar o mercado de semicondutores e fazer com que não fossem importados chips e semicondutores da Ásia, “o que, ainda hoje causa um déficit de R$ 300 bilhões em nossa balança comercial. O Brasil poderia ser uma potência no setor”, explica Edvaldo dirigente do sindicato. Foi construído “um capital intelectual significativo nos últimos dez anos, de extrema relevância para o desenvolvimento do país. São profissionais cobiçados internacionalmente, o que vem gerando a emigração, cada vez maior, de quadros altamente qualificados que saem do Brasil para atuar em grandes empresas de tecnologia no exterior”.

Para Amarildo Cenci, o presidente da CUT-RS, “é um contrassenso acabar com a empresa”. “Temos que impedir a liquidação dessa empresa, inaugurada no governo Lula e instalada na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, que é estratégica e fundamental não somente para a política de semicondutores, mas para a microeletrônica do Brasil. Não há futuro para uma indústria forte e inovadora sem tecnologia de ponta”, afirma.

Para o engenheiro, professor e ex-deputado estadual Adão Villaverde, a extinção da Ceitec “é uma punhalada na estratégia da indústria 4.0 do Brasil”. Para essa importante inovação, encamparam o projeto o Governo do Rio Grande do Sul, a Prefeitura de Porto Alegre e o Governo Federal, com Lula presidente. As atividades do centro de desing, os projetos de chips, começaram nos parques tecnológicos da UFRGS  e da PUCRS em 2005.

Mas, eis que chega Bolsonaro, para tudo “desconstruir”.

O fim da empresa será “a condenação e a submissão, tecnológica e inovativa, das futuras gerações”, sabotagem que se iniciou por Temer e agora está para ser liquidada por Bolsonaro. Segundo ele, “o processo de entrega da soberania nacional está a todo vapor. É a segunda fase da campanha de Bolsonaro e que agora começa a ser colocada em prática.

Na contramão de outros países

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMicro), Nilton Itiro Morimoto, acabar com a Ceitec será um fracasso total. Um retrocesso de anos. “A extinção é um completo descalabro. Vai matar todo esforço que a comunidade de microeletrônica brasileira fez nos últimos anos para o desenvolvimento desta indústria”, alerta. Vai na contramão da tendência de as nações procurarem a independência em segmentos estratégicos. Europa, Japão e Estados Unidos, por exemplo, estão criando fundos de investimentos para a atração de empresas de semicondutores para lá. “Com a pandemia da covid-19, todos viram que não foi uma boa estar na mão da China, que concentra (quase tudo) nesta área”, concluiu Morimoto.

“O Brasil não é onde pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos que desconstruir”, simples assim. É a política de Bolsonaro, proclamada em Washington, onde o capacho presidente do Brasil Bolsonaro, bate continência para a bandeira dos EUA.

Há um processo histórico da desindustrialização do Brasil. Mas que ganha espantosa velocidade com o golpe, e com a submissão total de Bolsonaro aos capitalistas. Brasil, cada vez mais, torna-se um país exportador de commodities e importador de produtos industrializados. Desconstruir. Destruir tudo o que outros construíram. Foi para isso que o golpe foi dado. Foi para isto que Bolsonaro foi tornado o presidente do golpe. Presidente para desconstruir o Brasil.

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