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Humilhação bolsonarista!

Bolsonaro abre mão de status na OMC e não ganha nada do imperialismo

Apesar da "festa" feita por Bolsonaro em Março, em carta de Agosto, EUA afirmam que apoiam a entrada da Argentina e da Romênia somente.

Esta semana o governo de Donald Trump “jogou água” no chope do governo Bolsonaro, ao formalmente, negar a participação do Brasil na OCDE. Em carta enviada à OCDE em agosto, vazada esta semana, o secretário de estado estadunidense, Mike Pompeo, ratificou o apoio à entrada da Argentina e da Romênia somente, países que estariam à frente na aplicação das medidas neoliberais exigidas pelo país.

Em Março último, Bolsonaro em visita à Casa Branca em Washington (EUA) anunciou festivamente o apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) como uma grande conquista de seu governo. O apoio viria em detrimento do status “país em desenvolvimento” do Brasil na OMC (Organização Mundial de Comércio).

DISCURSO X PRÁTICA

Após o vazamento da carta, M. Pompeo e Trump, foram às redes sociais tentar desmentir o ocorrido e disseram “apoiar com todo o entusiasmo a candidatura brasileira”.

Em primeiro lugar é importante destacar que tanto Trump como as principais figuras do seu governo fazem bastante uso das redes sociais para emitir opiniões e fazer propaganda ideológica, o que foi prontamente copiado por Bolsonaro e pelas principais figuras do seu governo, uma das ferramentas trazidas por Steve Banonn para a campanha eleitoral em 2018.

Periodicamente através, principalmente do Twitter, Bolsonaro faz a demagogia característica da extrema direita e joga a esquerda pequeno-burguesa em debates moralistas e inócuos. Porém, essa demagogia não é inofensiva e cria problemas reais à economia do país. Já houve os problemas com as exportações de frango para os países árabes, milho, soja e carne para o Irã, e mais recentemente, os ataques à política ambiental da Alemanha e França, o que abriu a porta para a intervenção imperialista na Amazônia.

Aqui novamente, na pretensa oportunidade de integrar a OCDE, Bolsonaro faz demagogia nas redes sociais ao praticamente afirmar que está certo este ingresso e, não se preocupa minimamente em medir quais as possibilidades para isso e qual seria o ganho entre manter o status na OMC e a OCDE. Tudo isso apoiado por uma chancelaria praticamente amadora de Ernesto Araújo, que segundo ex-diplomatas, não possui nem o currículo, nem a experiência necessária, além de ter feito “uma limpa” no Itamarati desde o começo do ano, afastando figuras experientes com vasta prática na diplomacia internacional.

“A tal” entrada na OCDE, não passou de propaganda em redes sociais de Bolsonaro e Trump. Na prática, o que houve foi um indicativo contrário dos EUA. O que aliás, guarda consonância com a postura restritiva do país em relação à entrada de novos membros no clube e contrária a uma suposta multipolaridade na política internacional.

O QUE O BRASIL GANHA E PERDE

A proposição do governo Bolsonaro à OCDE é algo antigo e que, na verdade, serve como ferramenta utilizada pelo imperialismo para “ajudar” países de capitalismo atrasado como o Brasil a colocar a corda no próprio pescoço, ao aprofundar a aplicação da política neoliberal propagandeada e receitada pelo FMI e Banco Mundial em nome das potências imperialistas.

Em anos anteriores, durante os governos do PT, a proposição foi oferecida ao Brasil que rejeitou corretamente.

Ao contrário do que está sendo propagandeado, a entrada à OCDE não traria benefícios diretos ao país, tudo que há são suposições. A OCDE, uma organização criada à partir dos acordos de Bretton Woods, tem se caracterizado por ser um clube de países ricos que visam defender os pilares da política econômica neoliberal das praças financeiras de Wall Street e Londres, principalmente, e agem para “empurrar” outros países para adotar estes preceitos. Assim, nas palavras dos próprios financistas, ao estar na OCDE o Brasil ganharia uma espécie de selo de economia adequada a receber os recursos dos ditos investidores internacionais.

Por outro lado, a OMC é uma organização que atua intermediando relações de comércio internacional entre os países membros, resolvendo disputas e até arbitrando conflitos em negociações. Apesar de também ser uma organização onde os países imperialistas têm um peso desproporcional, algo de certo modo natural, a OMC tem se mostrado mais efetiva no sentido de produzir algumas vitórias em disputas comerciais ao Brasil, como as disputas pelo fim de subsídios ao algodão e ao açúcar pelos países desenvolvidos. Ao abrir mão do status de país “em desenvolvimento” o Brasil perderia privilégios em relações comerciais com países desenvolvidos e até prazos mais flexíveis para pagamentos em futuras negociações.

Ou seja, falando somente no âmbito econômico, não há qualquer ganho real na pretensa proposta de adesão à OCDE. Assim, é fundamental destacar o problema no âmbito político.

NEGOCIANDO COM O IMPERIALISMO

Este episódio de “negociação” do governo Bolsonaro com os EUA, em pouquíssimo tempo, deixa claro como é aplicada a política imperialista. Mesmo o governo Bolsonaro abrindo todas as portas aos tubarões de Wall Street, “rezando” a cartilha de Washington e fazendo declarações de amor aos Ianques, estes pegam tudo o que lhes interessam e não lhe dão nada em troca. E, se não for oferecido, será tomado à força. Essa é apolítica imperialista, principalmente, para países ricos em recursos como Brasil e a Venezuela, por exemplo.

A “porta aberta” por Bolsonaro à intervenção imperialista com a questão ambiental na Amazônia, é outro episódio que pode trazer mais problemas ao Brasil, inclusive evoluir para uma intervenção real no território. A Amazônia é a região que concentra a maior quantidade de riquezas naturais no mundo e historicamente é alvo de cobiça das potências imperialistas.

Bolsonaro e os militares que o dão suporte fazem campanha de nacionalistas, mas dia após dia fica claro que estão é entregando o país aos vampiros capitalistas, e sem que o país receba nada em troca. Tanto Bolsonaro como seu vice, Hamilton Mourão, já declararam que a Amazônia não é brasileira e que poderia ser vendida. Esse é o discurso “nacionalista” da extrema direita brasileira, que foi colocada no poder por uma aliança entre a burguesia nacional e o imperialismo, tem “se rastejado” na política internacional pelo apoio dos EUA e das demais potências, mas claramente não receberá nada em troca, ou melhor, receberá sim a sanha insaciável dos especuladores internacionais, e que deixarão o país em situação de “terra arrasada” como despojo de guerra para a população.

A única forma de impedir a destruição da economia nacional, espoliação dos recursos naturais e esfolamento do trabalhador, é ir às ruas combater a política golpista. E a política que leva a isso é entoar o Fora Bolsonaro! Este é o momento de defender o país, enquanto resta “pedra sobre pedra”, ou melhor, existem recursos naturais e uma economia que pode vir a gerar empregos e criar bem-estar para os brasileiros.

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