O governador bolsonarista de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), decretou lockdown em 80 cidades situadas na região norte e noroeste do estado. A medida, que passou a valer a partir desta quinta (4), impõe a chamada “onda roxa”, que proíbe o comércio e a circulação de pessoas, exceto para atividades essenciais, e toques de recolher entre 20h e 5h, bem como a proibição de reuniões presenciais, dentre outras restrições.
Minas Gerais, como outros estados, sofreu um colapso no sistema de saúde. Nesta sexta (5) o estado alcançou 227 mortes diárias em média e ultrapassou 908 mil infectados e 19 mil mortos por coronavírus. Desta forma, a medida adotada pelo governador do Partido NOVO, apesar de bolsonarista, acompanha os lockdowns e toques de recolher impostos pelos demais governadores ditos “científicos”.
Sob o pretexto de “combate à pandemia”, a direita tradicional, “civilizada”, diante do colapso da saúde em todo o País – que ultrapassou 260 mil mortos nesta semana e mais de 10 milhões de infectados – colocou o aparato de repressão para impor restrições que nada representam no controle da pandemia, mas apenas no controle e repressão social.
Querem que as pessoas, à espera de um leito de UTI, sem emprego e sem auxílio emergencial, em condições de fome e de miséria, sem ter como se manter, fiquem esperando em casa pela omissão que tanto os golpistas, nas 3 esferas de governo, apresentaram até agora.
Desta forma, o governador bolsonarista usa o braço armado do Estado para conter a circulação da população. Nesta quinta (4), oito pessoas foram presas pela Polícia Militar (PM) de Zema, por desrespeitarem o decreto. Ou seja, os trabalhadores, ameaçados a todo tempo pelo coronavírus, também são alvos ora da pobreza, ora da violência.
Pressionado por algum setor da burguesia, ele se alinhou à direita tradicional, que se diz opositora do “negacionismo”, mas procura não entrar completamente em choque com Bolsonaro. Isto ficou claro no fato dele não assinar a carta dos governadores tentando desgastar ainda mais Bolsonaro pela questão da compra das vacinas. Segundo Zema, porque “embates políticos devem ficar em segundo plano”. Ou seja, para ele a vida da população é mera questão ideológica. O que é uma farsa, dado que a decisão do governador golpista de Minas Gerais pelo lockdown não tem qualquer efeito prático no combate à pandemia, é puramente política.
Essas restrições, como lockdowns e toques de recolher não custam quase nada aos governos e servem para responsabilizar a população pela catástrofe nacional causada pela própria política genocida adotada tanto pelos chamados “negacionistas”, como Bolsonaro, como pelos ditos “científicos”, como Doria (PSDB).
É uma forma cínica de acobertar sua omissão, dado que nenhum destes setores da direita investiu em testes, concursos públicos para contratar imediatamente todos os profissionais de saúde necessários, menos ainda investiram para que o país tenha vacina!
Segundo o próprio Ministério da Saúde, que prevê uma média de 3 mil mortes por dia em março e sendo o Brasil, segundo a Reuters, o único entre os cinco países com os maiores índices de mortes diárias que não tem perspectiva de queda do contágio e dos óbitos. Para sobreviver à pandemia, a população precisa lutar tanto contra os “científicos”, como contra os “negacionistas”, disfarçados ou não, como Zema, para que o país tenha vacina para todos imediatamente!