A Unidade de Conservação Lagoa dos Peixes foi criada em 1986, é formada por uma planície costeira de 36,7 mil hectares, está localizado nos municípios de Mostardas e Tavares no litoral do Rio Grande do Sul, entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. Com objetivo de proteger as aves migratórias vindas do Ártico, a área abriga uma grande variedade de microrganismos, água doce, salobra e salgada são um verdadeiro banquete para pássaros como o maçarico de papo vermelho.
O novo chefe da UC Fabiano José de Souza que foi nomeado em 30 de Dezembro de 2019, pelo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Homero di George Cerqueira, apoia o rebaixamento do parque de Unidade de Conservação para a categoria de Área de Proteção Ambiental (APA). Existe até um abaixo assinado criado em setembro de 2017 pelo novo chefe da UC, defendendo a liberação das atividades de pesca, pecuária, silvicultura e instalação de projetos de energia eólica no local.
De acordo ((o))eco, a pressão pelo rebaixamento do Parque Nacional sempre foi grande, mas aumentou em 2019 com a tomada de assalto do poder no Brasil pelo governo fraudulento de Bolsonaro. Por ser um Parque Nacional, em tese não poderia ter moradores, propriedades privadas nem exploração econômica, diferente da APA que é o tipo menos protegido de UC que permite todos esses usos. Souza é a terceira pessoa a assumir o cargo em oito meses.
Sérgio Brant, servidor aposentado do ICMBio que participou da delimitação do Parque no anos 80, conta para a reportagem da ((o)) eco que sempre houve resistência de políticos pecuaristas e moradores para transformação da área em UC, muitos continuam criando gado no parque o que é proibido em local de proteção integral. Luiz Agnelo é presidente da Associação dos Proprietários das Terras do Parque Nacional da Lagoa do Peixe, e afirma que há cerca de 500 fazendas dentro do parque e apoia a transformação em APA.
Outra questão defendida no abaixo assinado de Fabiano José de Souza é a implantação de um complexo eólico na região. O projeto é do presidente do Sindicato Rural de Mostardas, Domingos Antônio Velho Lopes, que pretende instalar em sua propriedade 16 aerogeradores capazes de produzir 98,7 megawatts ao custo de 400 milhões. Em janeiro o projeto teve licença prévia da Fepam, órgão de licenciamento ambiental do estado. As turbinas ficam em uma área de aproximação e alimentação das aves migratórias.
O rebaixamento para APA do parque Lagoa do Peixe é uma medida clara de ataque ao meio ambiente não só na região sul do país, mas como vem acontecendo por todo Brasil, e é resultado direto da politica do Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles que tem objetivos de privatização e entrega de locais de proteção ambiental por todo território nacional para grandes latifundiários e empresas privadas muitas vezes internacionais.
A quantidade denuncias feitas pelas redes socais por moradores locais, pelas ONG’s e através de reportagens feitas pelos movimentos ligados a proteção ambiental em relação a crimes contra o meio ambiente são milhares, e só vem aumentado a cada dia. Visto que é uma politica não apenas do MMA, mas como de todo o governo golpista de Bolsonaro de conjunto.
Governo este ligado e apoiado diretamente a bancada ruralista, fazendeiros e milícias rurais, entrega as terras e parques nacionais de bandeja para a monocultura e alguns poucos milionários transformar as áreas protegidas em resort de luxo, sem preocupação alguma em preservar o meio ambiente e visa apenas seus lucros. Portanto é importante a mobilização e organização de pessoas que se preocupam com as riquezas naturais a fauna flora brasileira nas ruas e lutar pela saída de Bolsonaro.
