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Golpe de marketing

BolsoDoria enganou a população: acabou a vacina em SP

Projeto de vacinação de Doria paralisa, e mostra que nunca houve de fato perspectiva de vacinar a população

O governo do estado de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB), anunciou nesta sexta-feira que o processo de produção da vacina chinesa contra o coronavírus (Coronavac) está totalmente paralisado graças à falta de insumo. O Instituto Butantan, produtor da vacina no Brasil, ainda aguarda um lote de 10 mil litros de insumos dos quais não foram até o momento, autorizados de sair da China.

A primeira consequência a ser sentida será, de acordo com o diretor do Butantan, Dimas Covas, o fato de que menos da metade das doses previstas para maio serão entregues. Assim, da meta divulgada inicialmente de 12 milhões de vacinas, São Paulo terá no máximo 5 milhões durante todo o mês.

Contudo, além de diminuir o ritmo, o programa estadual de São Paulo, peça chave da propaganda em torno de Doria, pode simplesmente parar. Segundo a coordenadora estadual de imunização, Regiane de Paula “esperamos de fato que o programa estadual não pare”, contudo pediu que o “governo federal se sensibilize”com a situação no estado.

Dessa maneira, não só a vacinação divulgada para ocorrer no mês de maio acontecerá em pequena escala, como a meta para o mês de junho diminuirá consideravelmente.

Por que falta vacina?

As explicações pela falta de vacinas são feitas das mais variadas formas na imprensa burguesa. Os secretários do estado de São Paulo, por exemplo, culpam a retenção de insumos na China como o principal problema, mas a todo custo tentam destacar que a vacinação será mantida. Já João Doria, vai além e culpa Bolsonaro pela falta de vacinas, graças as inúmeras falas do capitão contra o governo chinês.

Doria, em declaração a imprensa chegou a dizer: “faço um apelo para autoridades chinesas. Os brasileiros não pensam como o presidente da República do Brasil, as ofensas foram proferidas desastrosamente pelo governo federal aos chineses representam não somente ofensa ao povo chinês, mas aos brasileiros que, sem vacina, podem perder suas vidas”. As belas palavras, carregadas de muita demagogia por parte do governador de São Paulo revelam que sua obra publicitária em torno da suposta vacinação da população está definhando.

Ao contrário do que declara Doria, o principal motivo da falta de vacinas não é tanto Bolsonaro, que particularmente, assim como Doria, nunca fez nada em nome da vacinação da população. O caso ocorre justamente quando a China decidiu aumentar consideravelmente a vacinação de sua própria população. Entre os dias 12 de abril a 12 de maio a China vacinou 200 milhões de pessoas, mais do que os 180 milhões vacinados entre o final de dezembro e o mês de abril. São milhões de doses aplicadas diariamente, fazendo com que o país ultrapassasse os Estados Unidos e atingisse 367 milhões de doses aplicadas.

Fonte: Our World in Data

Nem Doria, nem a imprensa burguesa, querem admitir publicamente este fato. A situação comprova na realidade que o grande projeto de vacinação divulgado por Doria no início do ano é nada mais que uma farsa, e que o acordo com a China foi totalmente desfavorável a vacinação no Brasil. Dessa maneira, seria obrigado a admitir que Doria fechou um acordo de produção de vacinas com um país que ainda faltava vacinar uma população de 1,4 bilhão de habitantes, ou seja, um acordo completamente desastroso, fadado a dar errado.

Doria e Bolsonaro: a mesma política de genocídio

Doria, na realidade, fez uma grande campanha de marketing utilizando a vacina como base para impulsionar junto a imprensa burguesa sua candidatura para 2022 sem sequer fazer um acordo onde fosse possível adquirir grandes doses da vacina chinesa. Com o show de demagogia realizado no início do ano, a campanha de vacinação de Doria se mostrou uma grande farsa, o governador tucano tentou dar um golpe em todo mundo, contudo, agora em meio a crise de seu projeto de vacinação, acaba levando um golpe do próprio Bolsonaro, que aproveitando-se da crise, retém ainda mais o envio das vacinas requeridas por São Paulo.

Com este fracasso, Doria acaba por depender do Ministério da Saúde e da vacinação nacional para conter a crise no estado, indo totalmente na contramão de toda a proposta de marketing realizada para sua candidatura.

Assim como Bolsonaro, a total incompetência de Doria foi constatada na campanha da vacinação. Como se não bastasse, Doria sabia dos problemas desde o início, e permitiu que a situação se desenrolasse sem nada ter sido feito. Isso demonstra apenas que Doria é tão genocida quanto Bolsonaro. No lugar de promover a vacinação da população, fez um péssimo acordo às pressas para levantar o marketing em torno de sua candidatura, e agora, enquanto sua candidatura demonstra fortes sinais de fraqueza dentro de seu próprio partido, o processo de vacinação da população em São Paulo vai, cada vez mais, se reduzindo ao nada.

O caso da vacinação no estado de São Paulo mostra em primeiro lugar que a política de alianças com setores da burguesia como Doria vai totalmente no oposto dos interesses da classe trabalhadora. Doria não é “humanitário”, nem mesmo “científico”, sua política se comprova tão desastrosa quanto a realizada por Jair Bolsonaro a nível federal. Do marketing em torno da vacinação, restou o genocídio contra os trabalhadores de São Paulo.

Além disso, deixa claro a importância de mobilizar os trabalhadores contra o regime golpista. Não há como esperar, é necessário quebrar a paralisia das direções da esquerda e tomar às ruas exigindo vacinação e quebra das patentes. Se depender dos golpistas, ninguém sairá vacinado.

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