Na última terça-feira (12), a senadora Jeanine Añez se autoproclamou presidente da Bolívia, isso após uma sessão sem quórum no Congresso. Com o apoio da burguesia internacional, Jeanine é como Guaidó na Venezuela, participou do golpe de Estado e se qualificou diante da direita como nome para sustentar o golpe que chega para massacrar o povo boliviano, tudo isso a partir de um discurso conservador e religioso.
Após diversas ameaças dos militares, guiados pelo imperialismo americano, Evo Morales acabou por capitular diante de tais manobras, deixando o governo da Bolívia e se refugiando no México. Essa atitude abriu um caminho maior ainda para que a direita golpista tomasse conta do país, deixando o povo boliviano lutando com suas próprias armas contra a opressão da direita conservadora e religiosa. Os fascistas que tomaram o poder na Bolívia chegaram a tirar a bandeira indígena de diversos locais, além de militares terem feito o mesmo cortando a bandeira que representa o plurinacionalismo do país de seus distintivos.
De qualquer forma, o povo boliviano segue nas ruas exigindo “respeito à democracia e a renúncia de Jeanine”. Vindo das zonas rurais e se somando aos manifestantes de El Alto, eles exigem o retorno imediato de Evo Morales à Bolívia e ao cargo de presidente, o qual foi democraticamente eleito. Essa política de Evo em abrir diálogo com a direita golpista que o expulsou da presidência pode culminar num banho de sangue, uma vez que o povo trabalhador boliviano não está nem um pouco disposto dialogar com os fascistas que estão reprimindo as manifestações nas ruas, de forma violenta.
“Os militares não podem vir com balas, venham com a Constituição para se fazer cumprir”, é o que pede o parlamentar do MAS Rubén Chambi, diante da multidão reunida em La Paz.
Os trabalhadores bolivianos têm plena consciência de que esse é um golpe genuinamente fascista, sustentado pelo imperialismo. Como forma de defesa, o povo já começou a boicotar o governo golpista de Áñez, bloqueando a distribuição de combustível. O cenário é de guerra civil, principalmente após Evo abandonar seu povo e deixá-los lutando sozinhos contra as repressões e violências dos militares, que estão nas ruas para reprimir fortemente qualquer manifestação que seja contrária ao golpe.