‘Temos a necessidade de nos abrir ao mundo e isso não significa perder nossa essência, nossa cultura, muito menos nossa identidade. A Bolívia precisa de abertura comercial para aumentar o fluxo do turismo e dos investimentos estrangeiros’, disse Áñez numa tentativa de justificar o decreto e engrandeceu os Estados Unidos e Israel.
A norma anula decisões soberanas que, no caso dos Estados Unidos, significavam aplicar estritamente o princípio de reciprocidade, pois Washington exige visto para a entrada de bolivianos em seu território.
A medida demonstra a extrema afinidade do regime golpista com os Estados Unidos, expressa no fato incomum de que, antes de que este formalizasse o reconhecimento de Áñez, esta já se tinha apressado a nomear ao velho político conservador Walter Serrate como embaixador em Washington.
O governo de Morales declarou em setembro de 2008, ‘sem medo ao império’, pessoa não grata ao embaixador de Estados Unidos aqui, Philip Goldberg, por intromissão nos assuntos internos bolivianos, como alentava a um violento movimento opositor separatista.
‘Não queremos pessoas separatistas nem divisionistas nem que conspire contra a unidade; não queremos pessoas que atentem contra a democracia’, disse o então mandatário indígena e desde então as relações bilaterais se mantiveram no nível de encarregados de negócios.
A ruptura de relações com Israel ocorreu em 2009 devido os atos de genocídio e crimes de lesa humanidade cometidos pelo Estado sionista em território de Gaza, onde as tropas israelitas mataram mais de mil palestinos, em sua grande maioria civis não combatentes, incluindo crianças.
O governo do Movimento ao Socialismo (MAS) impôs a obrigação de visto aos visitantes israelitas em 2015, quando Morales declarou ‘Estado terrorista’ a esse país, depois de novas agressões à população civil palestina, objeto de repúdio mundial.