Em meio ao caos social vigente na Bolívia, o governo golpista de Jeanine Áñez faz campanha para evitar que o MAS (Movimento para o Socialismo) volte ao poder. A manobra capitaneada pela mandatária fascista conta com apoio de setores das forças armadas e da polícia para esmagar qualquer movimentação do partido de Evo Morales.
Além da tentativa de proscrever o MAS, a questão central tem girado em torno do adiamento das eleições, antes marcadas para setembro. Embora o governo golpista tenha ameaçado utilizar todo o aparato repressivo do Estado contra seus opositores, a COB (Central Obreira Boliviana) se posicionou contra a medida de cunho fascista e deu um ultimato ao governo – ameaçando-o com uma gigantesca insurreição popular. A campanha persecutória contra os partidários de Evo iniciada antes do golpe que o retirou do poder continua. Sem respaldo popular, o governo golpista de Áñez vem tentando adiar as eleições – que deveriam ter ocorrido em maio – sob o pretexto das aglomerações e da crise sanitária.
A falsa preocupação dos golpista não passa de uma manobra para evitar uma derrubada através das urnas. Desde o início da pandemia, pessoas estão morrendo nas ruas por falta de atendimento médico. A situação, porém, tem se tornado a cada dia mais insuportável, levando a COB – à radicalização. Nesse sentido, a poderosa central operária ligada ao MAS deu um ultimato aos golpistas caso as eleições sejam adiadas. Esse fato mostra que a classe operária não aguenta a situação em que os golpistas jogaram o país. É importante, portanto, que se dê continuidade e que se cumpra a ameaça caso o governo golpista tente qualquer manobra. Não há dúvidas que ao firmar um posicionamento contra o adiamento das eleições, a classe operária deu um importante passo contra o golpe; todavia, é preciso mobilizar efetivamente para derrubar a ditadura nas ruas, sem esperanças ilusórias nas eleições.