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Conciliação

Bolívia: a capitulação de Evo Morales e dos dirigentes do MAS

Renúncia de Evo Morales foi um ponto culminante em uma sucessão de capitulações que levou à sua derrubada do governo pelos militares, que se revelaram no último momento

Evo Morales renunciou ao cargo de presidente da Bolívia no dia 10 de novembro, último domingo. Foi mais uma capitulação do presidente boliviano, em um gesto culminante que resultou de uma sucessão de capitulações anteriores. Ainda na manhã do mesmo dia 10, Evo Morales tinha convocado novas eleições, cedendo à pressão da direita golpista, que lançou um movimento para derrubá-lo desde o dia 20 de outubro, três semanas antes da renúncia.

Evo Morales não tinha motivos para chamar a Organização dos Estados Americanos (OEA) para “auditar” as eleições bolivianas, quando é de conhecimento geral que essa organização é totalmente submissa aos EUA e seus interesses. Cumprindo um papel decisivo no golpe, a OEA declarou que as eleições tiveram falhas e não eram confiáveis, o que levou Evo Morales a convocar novas eleições.

A direita golpista logo reconheceu essa convocação como um sinal de fraqueza, e partiu para o ultimato. O comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman, “sugeriu” que Evo Morales renunciasse. O presidente renunciou, e quando fugiu para o México, um dia depois, foi obrigado a fazê-lo já sob ameaças de morte.

Os outros dirigentes do Movimiento Al Socialismo (MAS) também seguiram Evo Morales em uma política capituladora. Toda a linha de sucessão em caso de renúncia era ocupada por dirigentes masistas. Álvaro García Linera, vice-presidente, era leal a Evo Morales e também renunciou, acompanhando depois o presidente deposto até o México. A presidente do Senado, Adriana Salvatierra, também deixou seu posto, o que deixou um vazio de poder na Bolívia que a direita golpista procura explorar a seu favor de modo a concluir o golpe de Estado.

 

População resiste

Toda essa política capituladora deu-se em uma situação em que haviam plenas condições de reagir. A população de El Alto, que não poderá ir embora da Bolívia, enfrentou-se com a direita e com a polícia. Em Cochabamba e outra regiões também houve enfrentamento, a tal ponto que a polícia foi derrotada e foi obrigada a chamar o Exército. Os militares ocuparam as ruas, mas até agora agem com cautela, possivelmente esperando um momento mais propício para realizar um verdadeiro massacre. Esse momento só virá, no entanto, se depender da confusão política do movimento que tomou as ruas. Há força e disposição o suficiente no meio da população para derrotar o golpe da direita e do imperialismo.

 

MAS persiste na capitulação

Chama atenção na política capituladora do MAS a insistência dos apelos pacifistas enquanto a população é obrigada a enfrentar a direita nas ruas. Durante a campanha golpista Evo Morales fez repetidos apelos desse tipo. E mesmo depois do golpe, em sua conta no Twitter, continuou fazendo um apelo à “paz”.

https://twitter.com/evoespueblo/status/1194005618576764929

 

Confusão perigosa

Essa política das direções da esquerda confundem os trabalhadores e setores populares, que confiam em suas lideranças. Enquanto Evo Morales faz apelos à paz, seria necessário estar organizando a resistência capaz de derrotar o golpe. Apesar da política do MAS, o povo boliviano tomou as ruas e vem enfrentando os golpistas. Essa é a atitude correta diante da ofensiva direitista, e única chance de o povo reverter a situação e derrotar o golpe.

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