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Ocupar as fábricas

Boeing prepara destruição da Embraer com demissões em suas fábricas

Contra a política de destruição da Embraer e do desemprego em massa de trabalhadores só há uma saída: ocupar a empresa

A Embraer decretou férias coletivas para todos os seus cerca de 16 mil trabalhadores entre os dias 6 e 20 de janeiro, visando, nesse período, reestruturar a empresa para preparar a fusão com a Boeing norte-americana.

O acordo firmado entre a Boeing e a Embraer prevê a venda da divisão de aviação comercial da Embraer para a Boeing, que passa a controlar 80% do setor, com os outros 20% permanecendo com a empresa brasileira. Essa setor é o carro-chefe da Embraer respondendo por 70% do faturamento da empresa e mais de 80% do seu lucro. Pelo acordo, a Embraer permanecerá com o controle de 100% sobre a produção de jatos executivos e aeronaves para a segurança nacional.

A fusão entre as duas empresas, na realidade a absorção da Embraer pela multinacional norte-americana é um negócio da China. Não para a Embraer, é claro. A Embraer é a terceira empresa na produção de aviões comerciais do mundo, sendo as duas primeiras a própria Boeing e a Airbus europeia. Como resultado da fusão, a nova empresa será a maior do mundo na área de aviação comercial.

O que a primeira vista poderia parecer como um fator que impulsionasse a indústria de aviação no Brasil, como procurou apresentar o governo Bolsonaro e os golpistas que autorizaram o  acordo comercial é, na realidade, a destruição de mais uma grande empresa brasileira em nome dos interesses dos grandes monopólios.

A intenção da Boeing não é expandir o polo da indústria de aviação no Brasil, mas o seu contrário. Eliminar. Excluir um concorrente do negócio e não ampliar o negócio, até porque a crise capitalista não permite a expansão do mercado em questão. No Brasil, mesmo, já ocorreu experiências nesse sentido com a nascente indústria automobilística nacional nos anos 70 do século passado, que foi adquirida pelas multinacionais do ramo e em seguida liquidadas. Todo o objetivo era evitar a concorrência.

Um outro aspecto sobre os propósitos da empresa diz respeito a perspectiva de demissão em massa. Em dezembro passado mais de 300 trabalhadores já foram demitidos. a apreensão é a condição presente entre os trabalhadores que serão incorporados a Boeing como os que permanecerão na Embraer. A ausência de qualquer propaganda em torno a novos projetos da Boeing e as férias coletivas determinadas unilateralmente pela empresa, sem uma mínima negociação com o sindicato, apontam para uma condição muito grave para os trabalhadores.

A questão crucial que se coloca é qual deve ser a política dos trabalhadores diante de uma situação que caminha para demissões em massa. O sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos, ligado a CSP-Conlutas, chegou mesmo a denunciar o risco de que a Boeing simplesmente liquide com a Embraer. O problema é que não basta denunciar. Tem que haver uma política de mobilização e luta que aponte uma saída para os trabalhadores e o que o sindicato fez até o momento é muito pouco, para não dizer que não fez nada, diante da gravidade da situação que se avizinha.

Uma questão central que se coloca é a necessidade de uma imediata campanha em defesa da ocupação da empresa diante da  política de demissões que a Boeing venha a adotar. Os trabalhadores não podem pagar pelos nefastos interesses dos monopólios em destruir uma empresa do porte da Embraer em nome dos seus lucros.

Um outro aspecto central é envolver a própria comunidade, os familiares dos trabalhadores da Embraer, trabalhadores de outras categorias, fazer campanha nos bairros operários, vincular a luta contra a destruição da Embraer com a luta pelo Fora Bolsonaro. Enfim ter uma política de guerra contra aqueles que querem fazer  a guerra contra os trabalhadores.

Um problema chave para o sucesso de uma efetiva campanha contra a destruição da empresa é a capacidade que os setores mais conscientes tanto dos metalúrgicos como de outras categorias, sindicatos, partidos de esquerda que estejam engajados, de fato, na luta contra o golpe e o governo fascista, tenham em construir organismos que de fato sejam elementos de centralização e de mobilização do conjunto dos explorados, como comitês de base de metalúrgicos, comitês contra a privatização, comitês de organização da ocupação da empresa, comitês de mobilização junto à comunidade e outras categorias, ou seja, construir todos os instrumentos que se façam necessários para impulsionar uma luta contra a destruição de uma empresa que é um patrimônio do povo brasileiro e em defesa do emprego dos seus trabalhadores.

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