Nesta semana o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) vendeu todas as ações que possuía da mineradora Vale, o equivalente R$11,2 bilhões de reais. Agora restam apenas os títulos gerados com a privatização e os 600 milhões de reais em debêntures, que já estão para serem vendidos.
A Vale está avaliada em 500 bilhões de reais, sendo a mais valiosa da bolsa brasileira. Semana passada o banco vendeu as participações na empresa Klabin, por 600 milhões de reais. Essas operações representam redução da participação do governo na economia em 60 bilhões no período de um ano.
O BNDES arrecadou 22 bilhões de reais com a venda de ações da Petrobras há um ano. Irá vender as participações no frigorífico JBS, Eletrobras, Copel, as restantes da Petrobras e na Klabin. A intenção do governo golpista de Bolsonaro é muito clara, trata-se de reduzir o papel do Banco em políticas e ações para estimular o desenvolvimento nacional e transformá-lo em um mero agente do capital estrangeiro. Esses são os tempos do neoliberalismo. De redução do papel do Estado na economia, privatizações, desregulamentação do mercado, principalmente o de trabalho, redução dos salários, flexibilização do processo produtivo, etc.
Dado o poder que os bancos têm na economia, todos os pagamentos e recebimentos, arrecadações de impostos, concessão de crédito, tudo passa pelos bancos. Reduzindo o capital do BNDES, que é por natureza criado para fomentar a economia, com créditos e financiamentos para o setor privado e estatal, reduz-se a intensidade com que o Estado agirá na economia.
Conforme noticiado neste jornal ao final de janeiro, a política do governo federal, levada a cabo pelo presidente do BNDES é a de “desinvestimento”, em outras palavras: vender todas as participações do banco para a iniciativa privada, privatizar o banco que tem como papel o desenvolvimento econômico do País.
Não é por acaso que o próprio BNDES está na lista das privatizações do governo federal. Trata-se de privatizar o patrimônio público, de todos os brasileiros, e dar tudo para a iniciativa privada, ou seja, para os capitalistas. Até hoje não se viu benefício nenhum para a população, mas sim para quem compra todos os ativos que o governo vende a preço de banana.