O serviço diplomático iemenita através de seu representante permanente na Organização das Nações Unidas (ONU) veio a público manifestar mais uma vez a indignação do povo de seu país contra o genocídio ao qual estão sendo condenados pela coalização imperialista internacional liderada pela Arábia Saudita com a anuência do Reino Unido.
O diplomata Umm Kulthum Ali Baalawi denunciou que o reino da Arábia Saudita comete um genocídio descontrolado no Iêmen, por meio da imposição de um bloqueio econômico com consequências piores do que os crimes cometidos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
O representante do Iêmen denunciou na terça-feira que a campanha de agressão e bloqueio da Arábia Saudita e seus aliados visam ao “genocídio do povo iemenita, diante do qual não pode haver silêncio”, cobrou fazendo referencia à passividade da própria ONU. .
“Essa medida é pior do que os nazistas cometeram na Segunda Guerra Mundial”, disse a autoridade iemenita.
A Arábia Saudita apreendeu 22 navios que transportavam combustíveis e alimentos para o Iêmen. Os sauditas mantém um forte bloqueio marítimo, aéreo e terrestre contra o Iêmen desde março de 2015, quando a campanha de agressão de Riad e seus aliados começou contra o país. O bloqueio e o incessante bombardeio da ‘coalizão’ levaram o Iêmen a uma grave crise humanitária, agravada recentemente pela disseminação no país da pandemia do novo coronavírus.
As autoridades iemenitas criticam a ONU pela sua complacência mesmo ciente do impacto do bloqueio sobre a alimentação dos civis e os serviços públicos de saúde no país. De fato, até agora, a ONU não fez nada prático para parar o conflito que castiga toda a nação iemenita, principalmente as crianças.
Ali Baalawi disse que a entidade internacional não cumpre seus deveres em relação ao Iêmen e questionou o papel mediador do enviado especial das Nações Unidas para o Iêmen, Martin Griffiths , no conflito iemenita. “Griffiths funciona como enviado do Reino Unido”, denunciou.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciou em fevereiro de 2018 a nomeação de Martin Griffiths do Reino Unido como seu enviado especial para o Iêmen. Griffiths sucedeu a Ismail Ould Cheikh Ahmed, da Mauritânia, no cargo.
No último caso de preconceito denunciado pelos iemenitas, as Nações Unidas decidiram em 15 de junho remover a chamada coalizão da Arábia Saudita de sua lista negra de países em guerra que matam crianças e violam direitos humanos. O Iêmen condenou esse procedimento pela ONU, chamando-o de “crime indelével” e apontou que a referida decisão destaca o caos profundo que reina no organismo.
Os iemenitas consideram Griffiths um “cúmplice” e que ele dá cobertura aos crimes de Riad e seus aliados, que se recusaram a condenar o assassinato de civis iemenitas como resultado dos atentados e do bloqueio da coalizão de agressores desde março de 2015.
O papel da Marinha Britânica no pior desastre humanitário do mundo surgiu depois que o site Daily Maverick encontrou evidências extensas da cumplicidade da Marinha Real no bloqueio marítimo da coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen.
Como o site revelou a cooperação da Marinha Britânica com a Marinha da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos (EAU) e Bahrein começaram em setembro de 2015 – cinco meses após o início de seus ataques ao Iêmen – incentivando-os as técnicas de treinamento necessárias para o cerco dos portos do Iêmen.
A Marinha Britânica convidou um oficial da Marinha dos Emirados para o Campo de Treinamento de Collingwood, perto de Portsmouth, no sul do Reino Unido, para receber um curso de quatro semanas, instruindo-o em habilidades que poderiam ser usadas para bloquear os portos do Iêmen, observa ele. o relatório.
Em março de 2016 – um ano após o início da campanha de guerra – a fonte continua, oficiais da Marinha britânica ministraram um curso de uma semana para treinar 15 marinheiros sauditas. Uma prática repetida para o pessoal dos Emirados e da Arábia Saudita de setembro de 2016 a março de 2017, acrescenta.
As sessões “educacionais” incluíram ensinamentos sobre técnicas de como realizar atividades de contrabando e embarque em navios mercantes, para que os alunos mais vantajosos pudessem pôr em prática essas manobras na ‘Zona Econômica Exclusiva’ – termo que se refere à área da superfície do mar que se estende a 300 quilômetros da costa de qualquer país que contenha seus direitos e recursos de pesca – das águas costeiras do Iêmen.
Fica nítido, portanto, que entidades internacionais como a ONU apenas servem aos interesses do imperialismo internacional e o Iêmen faz bem em denunciar a incompetência da organização nos diálogos políticos e humanitários necessários para cessar o crime saudita na região.