O Facebook, uma dos maiores monopólios das redes sociais do mundo atualmente, bloqueou por 30 dias a página do presidente venezuelano Nicolás Maduro após relatar supostas “reiteradas violações” da política sobre desinformação relacionada à pandemia do COVID-19, segundo um porta-voz da empresa. A medida não apaga permanentemente a página do presidente, entretanto impede que seus administradores publiquem mensagens ou façam comentários durante um mês inteiro.
Maduro teria publicado um vídeo sobre o Carvativir, um remédio ainda, segundo a plataforma, sem estudos clínicos publicados e que seria usado para tratar o coronavírus. “Seguimos as orientações da Organização Mundial da Saúde, segundo as quais atualmente não existe nenhum medicamento que previna ou cure o vírus. Devido a reiteradas violações de nossas normas, bloqueamos a página por 30 dias, durante os quais permanecerá apenas em modo leitura”, afirmou um porta-voz do Facebook.
É um posicionamento cínico da plataforma, tendo em vista que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro reiteradamente vem, desde o começo da pandemia, publicando vídeos e propagandas de remédios milagrosos contra o COVID-19. Cloroquina, Ivermectina e o spray nasal de Israel foram alguns dos medicamentos sem comprovação cientifica receitados pelo governo. Estes que, inclusive, estão enviando mais pessoas ainda para os hospitais em plena pandemia devido à infartos, falências renais e do fígado, dentre outros tantos efeitos adversos trazidos.
Trata-se de uma atitude imperialista, como tantas outras utilizadas pelo Governo Norte-Americano contra o governo da Venezuela. O Facebook não passa de uma ferramenta que age aos mandos e desmandos da inteligência Norte-Americana que, para minar o poderio da vontade popular nos países sul-americanos, utiliza da censura e dos embargos econômicos para forçar uma suposta “vida de miséria” aos povos dos países anti-imperialistas. Bolsonaro fala absurdos todo santo dia e a conta dele continua em pé, nem um aviso se quer fora colocado ali acerca da divulgação de desinformações.
Ao contrário de Bolsonaro, Maduro em seu país, por exemplo, implantou o sistema 7×7 de trabalho: tudo funciona durante uma semana e fecha na próxima, e assim sucessivamente. Isto desde o ano passado, ao ter-se o menor sinal de contágio no país. Enquanto Maduro está em campanha contra o vírus, o Facebook está em campanha contra o Maduro.
Vale ressaltar também que no país sede da empresa já faleceram 549mil pessoas e outras 30,3 milhões foram contaminadas até o momento. No nosso país vizinho, com a campanha combativa de Maduro, apenas 157 mil pessoas se contaminaram e 1.565 vieram a falecer. São dados que mostram a verdadeira face do “Sonho Americano”. São dados que, se bem analisados, mostram a falência inevitável do sistema de governo imperialista, e isso ele jamais irá permitir sem aplicar sanções aos “algozes” do sistema.
De acordo com a empresa, outras violações desse tipo já aconteceram na página de Maduro no Facebook. “Uma mensagem é enviada a todos os administradores da página com um aviso, sempre que acontece uma violação. Eles estão cientes”, afirmou o porta-voz da empresa. Nicolás Maduro, em várias ocasiões, criticou essa postura ditatorial da plataforma. O capitalismo permitiu que uma empresa, por mais grande que seja, silencie um chefe-de-estado, como Maduro e até mesmo Trump, situação que inclusive já denunciamos neste mesmo portal. “Eles dizem que até que a OMS diga sim eu não posso falar do Carvativir. Quem manda na Venezuela? O dono do Facebook? Quem manda no mundo? O dono do Facebook? Abusadores, Zuckerberg é o nome? É um tremendo abusador”, disse Maduro no dia 2 de fevereiro.
Como se não fosse suficiente, a Humans Rights Watch, organização mundial que suspostamente monitora violações de direitos humanos nos países, chegou a afirmar que os números de mortos pelo COVID-19 apresentados pelo governo venezuelano é mentiroso e oculta uma realidade muito pior. Com que base e porque afirmam isso? É este tipo de perseguição que devemos sempre estar atentos. O próprio ex-presidente da organização chegou a tecer diversas críticas sobre a influência do governo norte-americano que a usa de forma política.
A HRW também tem sido criticada por ter uma metodologia de investigação pobre e verificação de factos duvidosa, e por ignorar os abusos dos direitos humanos dos regimes menos abertos. A HRW vem negando frequentemente as críticas aos seus relatórios e conclusões, por mais embasados que sejam. Segundo o Democracy Now, a HRW também tem sido criticada por ter uma “porta giratória” com o governo dos EUA, outra acusação que a HRW contesta.
Em 2020, o Conselho de Administração da HRW descobriu que a Human Rights Watch aceitou uma doação de $470.000 (quatrocentos e setenta mil dólares) do magnata imobiliário saudita Mohamed Bin Issa Al Jaber, proprietário de uma empresa que a HRW tinha “identificado como cúmplice no abuso dos direitos trabalhistas”, na condição de a doação não ser utilizada para apoiar a advocacia LGBT no Oriente Médio e no Norte de África. A doação foi devolvida e a Human Rights Watch emitiu uma declaração dizendo que aceitar o financiamento foi uma “decisão profundamente lamentável” em resposta ao relatório de investigação da The Intercept sobre a doação.
O fato é que o Imperialismo possui em suas mãos um aparato financeiro capaz de derrubar regimes, e não vai parar até conseguir o que quer. Por isso, é preciso mobilizar a classe operária de todos os países do continente em torno de uma só palavra de ordem: fora imperialismo da América Latina!