Todo aquele que acredita na tal democracia, tão exaltada pela imprensa burguesa, deveria prestar atenção a este fato: todas as grandes manifestações populares são monitoradas, controladas e coibidas pelos órgãos de repressão do Estado dito democrático. Em português claro: a livre expressão popular não existe na democracia burguesa. E quanto maior são as massas populares nas ruas, maior é o controle e a censura.
A história do Carnaval brasileiro é a história dessa repressão. E o Carnaval do Rio, por ter se transformado na maior manifestação popular do país, é rigorosamente controlado pelas instituições ligadas aos interesses da burguesia.
Neste ano, a PM tentou vetar a realização do Bloco da Favorita, que faz parte da abertura oficial do carnaval.
As alegações são várias e capengas: vai desde o não cumprimento de procedimentos burocráticos (o pedido deveria ter sido feito com 70 dias de antecedência) até reclamações contra a passagem do cortejo funk por Copacabana. Embora a PM tenha finalmente liberado a apresentação do bloco, houve uma drástica redução do show, que será das 16h às 19h.
As livres manifestações populares são um perigo ao governo Bolsonaro. Povo livre na rua significa gigantescos protestos contra sua política de destruição do país. Já vimos este filme nos últimos 4 anos: em qualquer agrupamento de populares ou em qualquer manifestação artística, explodiram espontaneamente palavras de ordem do tipo “fora Temer”, “fora Vampirão”, “ei, Bolsonaro, VTNC”, “fora Bolsonaro”, e “fascistas não passarão”. E o carnaval deste ano promete um nível de politização e protestos inéditos no país.