A extrema direita, nos Estados Unidos, resolveu investir pesado numa campanha contra o partido Democratas. O movimento denominado “Blexit”, que significa saída dos negros, tem como objetivo fazer que os negros, o principal setor eleitoral dos Democratas, deixem de apoiar o partido e migrem seus votos para o partido Republicano. O atual presidente de extrema direita Donald Trump, que sempre perseguiu os negros, é quem capitaliza votos com estas campanha.
O “Blexit” têm Candace Owens, uma espécie de Fernando Holiday de saia, como figura criadora do movimento que se já organiza em quatro estados. A capitã do mato defende o conservadorismo e a igreja, traz dados controversos de 54% dos negros acreditam que o partido não dá atenção às suas necessidades e diz que os negros estão dormindo no volante e que precisam abraçar seu futuro. Os negros tem sido os principais eleitores do partido Democratas há décadas, Hilary Clinton em 2016 teve 89% dos votos deste setor.
Desde a décima terceira emenda da constituição americana, que deveria dar direito civil pleno de cidadão americano aos negros, vítimas da escravidão, deu-se início a uma intensa campanha para criminalizá-los com propósito de não permitir a este setor fazer parte da sociedade. Essa campanha implicou na criação de organizações fascistas como a Ku Klux Klan e na segregação racial geográfica nós Estados Unidos.
O governo de Richard Nixon deu uma amplitude a está caçada e o de Ronald Reagan intensificou atribuindo aos negros a responsabilidade do tráfico de drogas. As TVs americanas exibiram e ainda exibem hoje inúmeras prisões de negros em nome de um suposto combate ao crime. A população carcerária já beirava 1 milhão na década de 80, hoje tem mais de 2 milhões. É importante ter em conta que a campanha de criminalização do povo negro americano contou com o apoio de grandes capitalistas, que lucraram muito com as construções das prisões privadas.
Nos Estados Unidos a luta é menos velada e muitas vezes se torna aberta, mas não é diferente do que acontece no Brasil, o encarceramento em massa de pobres e pretos sem direito a ampla defesa, presos provisórios, sem provas ou julgamentos. Também não é diferente a repressão policial nas periferias, a violência e os assassinatos. Em 2016, depois de uma série de negros mortos por policiais em Charlotte, Carolina do Norte, o povo negro saiu às ruas para enfrentar a polícia. Em 2017, os negros enfrentaram Charleston as manifestações de supremacistas brancos. Assim acontece em todo território dos Estados Unidos desde a década de 60, uma luta que se intensifica cada vez mais.
As contradições internas dos Democratas são muito grandes, mesmo governos Democratas como de Bill Clinton não combateu as injustiças raciais, muito pelo contrário, foi de enorme contribuição para intensificar as desigualdades e massacrar ainda mais os negros. Essas contradições se expressaram, de forma muito mais clara, na disputa interna pelas eleições deste ano, Bernie Sanders como esquerda dentro do partido sofreu intensa sabotagem nas primárias. Os interesses dos banqueiros e grandes capitalistas se impuseram sobre os interesses da militância do partido.
É neste quadro, em meio as contratações do partido Democratas, que a extrema direita busca angariar votos para Donald Trump, aquele que na desde a década de 80 defende o encerramento dos negros e que é ligado a movimentos racistas. A política demagoga da “esquerda” americana que permite a pressão da extrema direita e que joga os negros no colo de suas organizações. É preciso uma política combativa para os negros, uma política de luta que mobilize os negros junto aos trabalhadores contra os capitalistas