Mais uma representante do PSOL repete a campanha do imperialismo em relação aos acontecimentos na Bielorrússia. A deputada federal, Fernanda Melchionna (RS), publicou um vídeo em seu Twitter chamando o presidente do País de autoritário e elogiando as manifestações.
A deputada afirma o seguinte: “Em Belarus, contra o autoritário Alexandre Lukachenko (desde 1994 no poder), elas mostram como é que se luta como uma mulher!”
A posição da deputada, que pertence à corrente de Luciana Genro, o MES (Movimento Esquerda Socialista), não é novidade. Sistematicamente seu grupo se coloca favorável aos golpes e ações do imperialismo em vários países, abraçando, de maneira completamente acrítica, as posições que a imprensa pró-imperialista apresenta sobre a situação política.
Foi assim na Ucrânia, quando Luciana Genro saudou a “revolução”. Foi assim no Egito, foi assim na Síria e outros; é assim na Venezuela. E foi assim também no Brasil.
Em todos esses casos, o MES/PSOL se colocou ao lado do imperialismo e agora procura esconder suas posições com silêncio. No caso do Brasil, depois de ter apoiado a queda de Dilma e a Lava Jato, o grupo liderado por Genro procura passar a ideia de que sempre lutou contra o golpe.
Amanhã, quando o golpe na Bielorrússia – derrotado ou não – estiver claro para todos, o MES deve novamente apostar no silêncio como a melhor forma de esconder suas posições pró-imperialistas.
A posição errada é um reflexo condicionado da política oportunista do PSOL. Primeiro porque para garantir os votos de sua base de classe média, esses políticos do PSOL precisam aparecer como grandes “críticos” daquilo que a imprensa mostra como sendo uma “ditadura”. Em outras palavras, os políticos do PSOL precisam aparecer para a chamada “opinião pública” como pessoas sensatas.
Em segundo lugar, e como decorrência disso, esses elementos do PSOL precisam fazer demagogia eleitoral de tipo “movimentista”, defendendo qualquer manifestação que apareça; que linda! Se for composta de mulheres, então, melhor ainda. Como é exatamente o caso do vídeo compartilhado por Fernanda Melchionna. Não importa qual o conteúdo político de tal manifestação.
Por fim, além do profundo desconhecimento político e adaptação ao imperialismo, a posição de Melchionna nos ajuda também a revelar que o identitarismo leva a posições reacionárias. É mais ou menos, guardadas as proporções, como se a deputada do PSOL estive apoiando uma manifestação de mulheres nazistas; que lindo!
A posição da deputada revela também o significado desse “democratismo” do PSOL. É uma política pró-imperialista. Os países imperialistas cinicamente usam a democracia que não cultivam em seus regimes políticos para acusar seus inimigos de ditadores e autoritários convenceram novamente parte da esquerda pequeno-burguesa com sua ideologia.
De resto, vejamos abaixo o que alguns dos seguidores da própria deputada em seu Twitter explicam sobre sua posição na Bielorrússia.
Sempre que aparecer alguma "luta democrática" em algum lugar e vc tiver dúvida sobre o movimento, é só olhar o PSOL (MES em especial). Se tiverem apoiando há grande chance de ser furada. Líbia, Ucrânia, Venezuela… lá estava o PSOL.
— Diogo Leite🚩 (@diogomleite) August 31, 2020
Você tá apoiando a revolução colorida contra Lukashenko?
Sabe que o Partido Comunista e o Partido Socialista de Belarus apoiam Lukashenko?
Você sabe que essa onda aí começou com um youtuber liberal?
Você sabe que essa bandeira vermelho/branco foi usada durante a ocupação nazista?— Saldanha (@parox40) August 30, 2020
Tem que rir, porque isso é uma piada. Não consegue meter nem vereador aqui no Brasil direito e acha que temos "democracia". Agora, na Bielorrússia, um país que eu tenho grandes dúvidas se a @fernandapsol saberia apontar no mapa mundi, a empáfia de emitir juízos é incrível.
— Pelo Novo Pindorama / Biomassa neles (@pedroafcmg) August 31, 2020
Outro detalhe da manifestação, é a presença da bandeira branca e vermelha da ocupação alemã no início do século XX. Substituindo a histórica bandeira branca, vermelha e verde que se manteve inclusive durante o período soviético e foi símbolo da resistência à ocupação nazista.
— Ícaro Casagrande Machado – Binho (@IcaroCasagrandM) August 31, 2020