A imprensa imperialista celebra a eleição de Joe Biden, do Partido Democrata, para a presidência dos Estados Unidos. Em eleições marcadas por denúncias de manipulações políticas e fraudes no já complexo, fraudulento e antidemocrático sistema eleitoral americano, Biden venceu o atual presidente Donald Trump, do Partido Republicano. Este último declarou inúmeras vezes que houve fraude e recorreu à Suprema Corte para anular votações nos Estados, no que foi derrotado.
A esquerda pequeno-burguesa americana declarou apoio ao candidato do imperialismo, Joe Biden, contra Trump. A demagogia política de tipo identitária dos democratas em relação as mulheres, negros e LGBTs fez com que a esquerda ficasse na rabeira deste partido burguês e imperialista, um partidos dominado pelos grandes capitalistas, banqueiros e magnatas. A esquerda procurou destacar que a eleição de Biden representou uma vitória para a luta das mulheres, o que não encontra qualquer sustentação na realidade.
Biden é acusado de estupro por uma ex-funcionária e está envolvido em diversos episódios de assédio sexual, mas a esquerda pequeno-burguesa identitária tem olhos para não enxergar, exceto quando é conveniente. Além disso, o democrata foi colaborador na formulação de leis que aumentaram a repressão às mulheres, às comunidades negra e latino-americana nos Estados Unidos, o que levou ao encarceramento massivo e expansão inédita do sistema penitenciário americano. Atualmente, os EUA têm mais de 3 milhões de presos, em sua maioria negros e latino-americanos.
A invasão do Iraque (2003) contou com o apoio entusiasmado de Biden. Desnecessário dizer que a vida de milhões de mulheres iraquianas foi destruída pelas tropas americanas que traziam a democracia na ponta da baioneta, nas balas dos veículos blindados, nos mísseis de alta precisão e nos caças supersônicos. O político democrata teve papel de relevo na organização da conspiração golpista que derrubou a primeira mulher eleita presidenta da República no Brasil, Dilma Rousseff (PT). Desde o golpe, as mulheres brasileiras têm pago caro com o desemprego, a escalada da violência, a miséria e o confinamento forçado no ambiente doméstico.
Os golpes de Estado em toda a América Latin contaram com a participação de Biden e dos democratas. As mulheres são as que estão pagando o preço mais alto pela derrubada dos governos nacionalistas e ascensão de governos alinhados com os interesses do imperialismo.
Os democratas vão se utilizar da demagogia política identitária para aumentar a repressão estatal na sociedade norte-americana. As reivindicações das mulheres serão desfiguradas para servirem como um pretexto para aprovação de leis repressivas. Contudo, toda a repressão vai recair, inevitavelmente, sobre os setores mais explorados e oprimidos da sociedade, em particular sobre as próprias mulheres.