Menos de um mês após assumir o governo dos EUA, o presidente pelo partido Democrata, Joe Biden, já intensificou as práticas de guerra de seu país. Apontado no período eleitoral como um mal menor, ou até mesmo como um candidato defensor de setores explorados e oprimidos da sociedade, como negros, gays, mulheres, etc., o que era evidente pelo histórico do candidato se tornou explícito na prática com sua atual condução do país.
Os Estados Unidos bombardearam a Síria essa semana, próximo à fronteira com o Iraque, num ataque direcionado a milícias populares. O ataque em território sírio foi uma violação clara da lei internacional, e da soberania da Síria. O governo sírio denunciou a ação como uma agressão aberta contra o país, categorizando-a como um ato de “agressão covarde” e “violação flagrante das regras da lei internacional e da Carta da ONU”. O governo do Irã também denunciou a ação dos EUA, como uma tentativa de reviver, fortalecer e expandir ações terroristas na região, especificando o Daesh, o Estado Islâmico.
Num momento em que surgem denúncias de roubo do petróleo sírio, o governo Biden intensifica sua posição, atacando abertamente a nação soberana, já em grande medida destruída pelo próprio imperialismo. Demonstração de que não haverá paz enquanto persistir vivo o imperialismo. Os males em disputa à presidência dos EUA eram claramente, para todos os efeitos práticos quanto aos povos do mundo, basicamente equivalentes. A única postura com sentido, por um ponto de vista de esquerda, popular, era a de denunciar a farsa que se dava, em que buscaram apresentar o senhor da guerra Joe Biden como grande homem democrático.
Como pode um candidato apoiado por tantos setores ditos de esquerda, jogar os trabalhadores em guerras intermináveis, na destruição de outros países? Fica claro que o compromisso dito pragmático frente à questão eleitoral se mostra como uma completa farsa. A esquerda que adota essa posição confunde os trabalhadores e os desarma frente a um de seus maiores inimigos, um representante notório da burguesia imperialista.
No Brasil, essa mesma atividade ocorre como apoio a setores golpistas da direita dita democrática, “não bolsonarista”. Enquanto nos EUA os pequeno-burgueses apoiam um senhor da guerra em nome da vida e dos direitos, no Brasil apoiam golpistas em nome da democracia. Assim como nos EUA a postura correta é a de não conciliar, também o é no Brasil. Se nos EUA se daria com uma palavra de ordem de enfrentamento a Biden e Trump, no Brasil se dá com o enfrentamento a Bolsonaro e todos os golpistas! Assim como com a apresentação da saída para a situação política, que no Brasil é a maior liderança popular do país no momento: Lula. Lula candidato! Lula presidente!