Os mercados reagiram positivamente à vitória, até então, de Joe Biden na corrida presidencial dos Estados Unidos. Mesmo antes do resultado oficial, como na semana anterior, as bolsas americanas tiveram o melhor desempenho desde o início do ano, a Dow Jones valorizando 6,9%, o S&P 500, 7,3% e o Nasdaq subindo mais ainda, 9%. O candidato democrata firmou-se como o principal representante da política imperialista norte-americana, o chamado neoliberalismo.
Não é por acaso que o candidato pintado como centrista, para alguns, utilizando demasiadamente a tinta, como de esquerda, seja justamente o candidato do neoliberalismo. Está política de choque contra a população, gerou não somente nos países atrasados, como no próprio país de Biden, consequências drásticas contra a classe operária e os direitos sociais. O repúdio a essa política da parte da classe operária norte-americana fez com que o neoliberalismo apresenta-se, ainda que muito mal disfarçado, uma ala esquerda da burguesia e o atual presidente a ala direita ou extrema-direita, assim montaram a farsa: esquerda moderada contra extrema-direita fascista, civilização contra barbárie.
Acontece que um dos principais flagelos da classe operária norte-americana é o desemprego, que resulta diretamente da política neoliberal, que Biden foi ao longo de sua carreira um dos principais representantes e que hoje é o representante mor. Esse foi um dos pontos centrais para a vitória de Donald Trump em 2016, cujo, mote de campanha era: emprego, emprego emprego. A vitória de Trump naquela ocasião foi muito mais uma rejeição ao neoliberalismo dos democratas do que uma adesão a ideologia fascismo de Trump.
Joe Biden é por exemplo um dos responsáveis pela decadência do Cinturão da ferrugem, área que corresponde aos estados de Michigan, Minnesota, Ohio, Iowa, Pensilvânia e Wisconsin, que foi muito industrializada, mas sofre com a decadência econômica, fruto da política neoliberal, com desemprego, redução da população e decadência urbana.
Como senador foi um apoiador do Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta), além de outros acordos de livre comércio. Um dos resultados deste acordo, que abrangia EUA, México e Canadá, além de ser totalmente predatório à economia do México, levou parte do investimento na indústria norte-americana para os estados fronteiriços no México, devido a condições de exploração mais favoráveis ao capital imperialista, causando decadência industrial em algumas áreas e aumento do desemprego nos Estados Unidos; por sua vez, o investimento público no México foi reduzido, a desigualdade social e entre os estados cresceu.
O intercâmbio de produtos, não foi acompanhado pelo intercâmbio de pessoas, os produtos negociados nos acordos estavam livres para ir e vir, mas os mexicanos foram barrados cada vez mais. O desequilíbrio econômico e social do México acentuado pelo acordo levou naturalmente um processo migratório intenso, o que foi e é tratado duramente pelos EUA.
A política neoliberal, da globalização, cujo, representante maior hoje é Joe Biden, não é propriamente uma política, mas a expressão da decadência do capitalismo e do imperialismo. O neoliberalismo é responsável pela destruição incalculável de forças produtivas no mundo inteiro, tudo para abrir caminho à dominação de um número cada vez mais restrito de empresas imperialistas, na sua luta implacável contra os direitos sociais, sindicais e democráticos, contra o investimento público, o desenvolvimento dos países atrasados. Essa politica foi que levou a milhares de golpes de estado ao longo dos anos, vitimando um número incalculável de pessoas.
No principal país imperialista do mundo, o neoliberalismo também fez e faz suas vitimas, os milhões de desempregados, os negros e os pobres e miseráveis que crescem extraordinariamente naquele País e que não têm um mínimo de auxilio estatal.