As declarações dadas pela imprensa burguesa brasileira a respeito das eleições norte-americanas dão a entender que a vitória do democrata Joe Binden, transformou-se em uma vitória para toda população brasileira.
De acordo com os “analistas”, Biden é “moderado, pró-globalização, dotado de vasta experiência pública e com uma agenda de desenvolvimento sustentável para seu país” (Folha de S. Paulo, 16/12/20). Estas “qualidades” destacadas pela imprensa supostamente abririam portas para um maior rendimento da economia brasileira.
Para que serve a submissão?
O balanço dos anos anteriores, onde a aliança se dava entre Bolsonaro e Trump, deixam claro que o pacto com o imperialismo serve apenas para afundar o país na miséria. No entanto, de acordo com a imprensa. com Biden “seríamos ‘forçados’ a abandonar a estratégia de bajulação e nos postar novamente como nação altiva em busca de seus interesses”.
A ideia, que tem como base jogar o Brasil aos leões para sobreviver, tem como intuito unicamente facilitar o controle do imperialismo na economia brasileira.
Quanto à questão ambiental, um dos pretextos para apoiar Biden, mostra-se mais uma vez meramente demagogia vinda da burguesia. Trump ficou conhecido, assim como o governo Bolsonaro por sua ação abertamente destrutiva ao meio ambiente.
Contudo, está política de nada difere da política tradicional do imperialismo, responsável por destruir a vegetação amazônica e invadir, de maneira totalmente destrutiva, os países atrasados em busca de seus recursos naturais.
O imperialismo respira
“Se Biden vencer, o mundo respirará aliviado. No Brasil, será motivo para celebrar duplamente”, anunciou Joel Pinheiro, colunista da Folha e economista.
Na prática o que ocorre é uma continuidade da subserviência aos Estados Unidos. Bolsonaro tardou, mas declarou apoio a Biden assim como um cachorrinho reconhece seu novo dono. A política do imperialismo para com o Brasil, apenas tende a se aprofunda em um mar de ataques ao povo e a economia.
Em contrapartida, a imprensa burguesa brasileira, servidora aos interesses imperialistas, defende desde a vitória de Joe Biden a necessidade que o Brasil torne-se ainda mais subserviente aos interesses norte-americanos. Em matéria do O Globo, datada de 06 de dezembro, o jornal explica que “eleição de democrata não faria investidores saírem dos EUA para se arriscar no Brasil enquanto governo Bolsonaro não ajustar as despesas”.
Ou seja, abrir as portas para os tubarões do imperialismo não é o suficiente, é necessário toda uma política econômica que seja responsável por garantir o melhor terreno para a inserção de empresas estrangeiras, e uma verdadeira entrega do mercado brasileiro.
À quem serve Bolsonaro?
A aceitação de Bolsonaro é uma aceitação de toda esta política. Bolsonaro não serve à Trump, mas sim ao imperialismo, como toda burguesia brasileira. O futuro do país hoje está nas mãos de um novo carrasco, que tem esse repertório a destruição dos países do oriente-médio, a política da sanções e bloqueios econômicos contra os governos nacionalistas dos países latino-americanos, e o mesmo grupo que defendeu em plena crise da Amazônica, que o imperialismo deveria tomar conta de uma fundamental parte do território brasileiro.
Para Biden e o imperialismo, o Brasil não passa de um quintal a ser dominado, assim como todos os trabalhadores esmagados. E Bolsonaro não gera nenhuma resistência a nada disso.
Enquanto a esquerda pequeno-burguesa brasileira se ilude com a derrota de Donald Trump, o genocida Biden se prepara para uma política de destruição de toda economia brasileira.
Seu lado moderado, é reservado apenas a sua demagogia. Seu lado “pró-globalização”, encontra-se diretamente ligado na dominação dos EUA em toda América Latina. Já a sua “experiência pública” pode ser vista na invasão do Iraque, Afeganistão e Síria, tendo em suas mãos o sangue de milhões de pessoas em todo o mundo.
Biden é no fim, o melhor, apenas no que se trata ao saqueio da economia brasileira e a entrega do país ao imperialismo.
A única política possível a ser tomada em defesa da soberania brasileira, é a rejeição a aliança com o imperialismo. Para isso, o golpe não pode se manter, é necessário a derrubada de todo governo Bolsonaro e a defesa de um candidato dos trabalhadores, hoje representado por Lula, capaz de impulsionar a mobilização popular que possa retirar o país das mãos do imperialismo.