Esta semana, a direção do colégio Loyola de Belo Horizonte cancelou a aplicação de uma avaliação que seria aplicada a alunos do 2º ano do ensino médio, por nela conter dois textos que criticavam o governo de Jair Bolsonaro. Os textos foram escritos pelo ator, apresentador e roteirista, Gregório Duvivier e pelo cientista político Mathias Alencastro e haviam sido publicados na Folha de S. Paulo no último mês de agosto.
As informações de alunos, coordenadores e professores é de que a direção da escola atendeu a pedidos de alguns pais de alunos que alegaram que os textos tinham conteúdo partidário e inadequado para adolescentes.
Entretanto, boa parte dos alunos discordam destes pais e da ação da escola e emitiram nota à escola e publicada em redes sociais, com cerca de 400 assinaturas, rechaçando a ação repressora: “O teste que conta com sete questões de múltipla escolha e três discursivas, foi alvo de críticas não apenas de algumas famílias, como de pessoas mal intencionadas, que disseram encontrar, em um dos textos presentes na avaliação, uma suposta tentativa de “doutrinação marxista”.
A direção da escola declarou que o teste havia sido cancelado por critérios técnicos e seria substituído por uma nova que conteria textos com outras visões políticas.
O episódio nada mais é do que uma ação de censura e visa claramente a atingir somente a um espectro do cenário político. Aquele que, de alguma forma, critica, minimamente, a política da direita golpista que assola o país.
É exatamente esta finalidade do projeto da “Escola sem partido” que o governo Bolsonaro traz para a educação. Um projeto que visa, na verdade, fazer propaganda da política fascista e reacionária da extrema direita. Projeto que é na verdade a escola com fascismo, onde há um policiamento constante.
Os alunos do colégio Loyola, que se manifestaram contra a repressão estão corretos, e não devem permitir o avanço dessa política reacionária que é, fundamentalmente, contrária à liberdade de pensamento, pleno desenvolvimento intelectual e conhecimento científico. Impedir o avanço da política fascista nas escolas é não permitir que o país seja jogado numa “nova idade das trevas”.