O Banco Central do Brasil (BC) pretende implementar, até o final do primeiro semestre, um novo sistema de trocas de dados automático, chamado de open banking. O BC alega que este sistema serviria para baixar as taxas de juros no mercado, uma vez que facilitaria o acesso às informações de clientes para as instituições financeiras, que poderiam oferecer crédito mais barato. O acesso e compartilhamento de dados, como renda e histórico de crédito, ficaria mais fácil.
A medida está causando uma disputa entre as instituições financeiras maiores e as menores, que estão em conflito de interesses em relação à política de crédito a ser implementada pelo governo federal. Há discussões sobre o preço dos dados e se as consultas terão um limite para o acesso sem ter que pagar.
O problema é que a vida dos cidadãos, seus dados, vida financeira, renda e informações de caráter privado ficarão ainda mais disponíveis para as instituições financeiras. Os bancos terão mais possibilidades de mapear a vida privada dos cidadãos e, com isso, violar uma série de direitos democráticos relativos ao sigilo da vida privada e à proteção contra a espionagem.
O governo Jair Bolsonaro e todo o bloco político golpista colocam o país de joelhos diante dos interesses dos grande bancos e demais instituições financeiras, que batem recordes de lucros, mantém taxas astronômicas de juros, extorquem cotidianamente a população brasileira e acabam por absorver uma parte significativa da renda nacional. A nova medida do BC vai ampliar ainda mais o controle dos bancos sobre a população, com o acesso mais profundo aos dados pessoais.