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Censura e repressão

BBB comprova que o identitarismo é uma política do imperialismo

Festival de Música atende à cartilha moral da pequena burguesia e suspende apresentação de Karol Conká após falas no programa dos esquerdistas esnobes que odeiam futebol

* O DCO editou esta matéria, devido ao seu caráter confuso, para o melhor entendimento dos leitores

“Acompanhamos as últimas declarações de Karol Conka [sic] no ‘BBB21’ e reafirmamos nossa total e absoluta discordância de suas atitudes, que vão contra os princípios basilares do Rec-Beat e do nosso público”. Foi com esse pretexto que o festival de música Rec-Beat, fundado na década de 1990 no Recife, suspendeu a participação da rapper Karol Conká em sua edição virtual que ocorrerá no dia 14 de fevereiro.

Karol Conka agiu, em sua participação no Big Brother Brasil, como uma verdadeira megera. Ela perseguiu o participante Lucas Penteado sob a fachada do identitarismo, como desculpa para poder ultrajar o participante. A ação dos capitalistas que organizam o festival apenas mostra qual é a política identitária: aparência. Se for boa publicidade muito bem, não for, fora. E neste caso é péssima publicidade.

Essa não é a primeira vez que uma “democracia” em abstrato é utilizada para a prática da censura. E também não é a primeira vez que isso acontece na área da cultura. Pelo contrário: trata-se de uma política que tem se tornado cada vez mais comum. No que se contentem os que, com razão, repudiam as atitudes da rapper, não podemos assinar embaixo da tal política de “cancelamento”, mesmo de um “cancelador”.

Nas condições atuais, com uma sociedade cada vez mais intolerante, espera-se cada vez mais censura, cada vez mais repressão: o atual regime neoliberal é muito instável para divergências, para multiplicidade de pensamento, mesmo que esse pensamento seja errado ou certo, essa política de cancelamento representa o que vemos no dia a dia: uma sociedade decadente, contraditória e incapaz de conviver com suas contradições, por isso a pressão por um pensamento unilateral, a capacidade de combater ideias erradas através de ideias corretas e não censura é a marca de uma sociedade pacífica e harmônica, o capitalismo nunca foi isso e agora vê isso levado ao extremo.

O que chama ainda mais a atenção é que, na tentativa de justificar esse tipo de política, os censuradores ainda se colocam em um papel que consideram progressista. Pensam estarem ensinando, e não abrindo os portões para os campos de concentração:

“Acreditamos que momentos como este nos oferecem oportunidade de reflexão, de aprendizado e de avanço na desconstrução de condutas que remetem a valores colonizadores”.

Mas não é assim. A tendência é cada vez mais no sentido de um controle do que pode ou não ser dito, de um politicamente correto de características autoritárias. Isso, como podemos ver, é um método que a própria participante usa, se aproveita de um senso comum esquerdista para um oportunismo rasteiro. 

O fato, no entanto, é que aquilo que parece uma conduta civilizada não passa, na verdade, da conduta propagandeada pela opinião pública vigente. E, como quem controla a opinião pública, é a classe dominante, a moral dos censuradores é nada mais que a moral concebida pela burguesia para censurar a sociedade em geral. E isso é muito perigoso. 

O caso mostra ainda como a esquerda pequeno-burguesa fica a reboque do imperialismo até mesmo no que diz respeito à produção cultural. Frequentemente, nos deparamos com a algum setor da esquerda que quer acabar com o futebol, que quer reprimir o carnaval, que diz que Bolsonaro chegou ao poder porque o “povo” é ignorante etc. Contudo, essa mesma esquerda está tomando como parâmetro para a vida social um programa decadente, de péssima qualidade, realizado pela Rede Globo.

A censura e a repressão, sob o pretexto de uma tabula rasa a partir de uma moral indefinida, já é, em si, uma demonstração de barbárie. 

O caso de Karol Conká é o identitarismo e esta política de cancelamento atacando a si mesma. Ela praticou e agora vê praticado contra ela a mesma coisa. Isso é apenas educativo para os que assistem. O identitarismo, se utiliza de lutas justas em defesa das mulheres, negros e outros oprimidos, e transformar isso numa carta branca para o individulaismo rasteiro, pois concebe essa luta de forma individual, disvirtuando assim a natureza histórica dos movimentos coletivos que se propõe a defender, não garante direito algum e apenas facilita a retirada destes.

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