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Onda de demissões

Basta de capitulação e peleguismo: ocupar as fábricas, já!

Os capitalistas e banqueiros estão dispostos a deixar todos os trabalhadores sem emprego para não terem que pagar pela crise. É preciso superar o peleguismo das direções sindicais!

O encerramento das atividades da Ford no Brasil e as demissões promovidas por diversas empresas como Yoki, Banco do Brasil, Volkswagen e outras, deixam em evidência o fracasso total da política das direções sindicais. Se essas direções já possuíam uma orientação completamente oportunista nos períodos anteriores, no momento do começo da pandemia o seu peleguismo alcançou patamares absurdos.

Foi só a direita e o imperialismo lançarem a campanha demagógica do “Fica em casa”, que todos os sindicatos fecharam suas portas e entraram de férias indefinidas. Alguns chegaram a entregar suas sedes para os governos estaduais da direita, sob o pretexto absurdo de criarem hospitais de campanha ou outras instalações de suposto combate ao coronavírus, que poderiam muito bem ter sido feitas em escolas e outros locais já pertencentes ao Estado.

Essa política possibilitou aos patrões que fizessem o que bem entendessem com os trabalhadores. As legislações elaboradas pelo Congresso e sancionadas pelo Executivo golpista a partir daí, continham inúmeros ataques aos direitos trabalhistas, que colocam a situação da classe em um grau de precariedade total. Entre eles, estão suspensão de contratos, redução de salários com redução de jornada, demissões em massa, terceirizações, fim da aposentadoria, flexibilização de horário de almoço e uma infinidade de outras medidas que visam jogar nas costas do trabalhador o peso de toda essa crise terminal do capitalismo. Os sindicatos, estando de portas fechadas, esboçaram pouca ou quase nenhuma reação a esses crimes da direita.

E não foi apenas no ambiente legislativo em que os ataques se deram. Muitos patrões aproveitaram a desmobilização total dos trabalhadores para procurarem demitir trabalhadores ou fechar fábricas. Os sindicalistas pelegos, quando se propunham a negociar, impunham aos trabalhadores que aceitassem condições absurdas, como como redução salarial, o lay-off (contrato suspenso temporariamente) e até o Plano de Demissão Voluntária (PDV). Este foi o caso do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), que realizou um acordo com a Ford em que os trabalhadores tiveram que aceitar redução de jornada de trabalho com redução salarial para manterem estabilidade nos empregos até o fim de 2021. No entanto, os donos da empresa aproveitaram a desmobilização promovida pela direção do sindicato e agora irão fechar a fábrica localizada em Taubaté, deixando todos os 830 operários sem emprego. O mesmo ocorrerá com a fábrica da Ford de Camaçari, na Bahia, e a fábrica do Troller em Horizonte (CE), também pertencente à Ford.

Da mesma forma que a Ford, outras grandes empresas já anunciaram nessa segunda semana de 2021 planos de demissões em massa. Uma delas é a Volkswagen, que irá promover um PDV – também acordado com os sindicalistas pelegos no ano passado – na cidade de Taubaté. O Plano irá atingir trabalhadores com doença ocupacional, de áreas desterceirizadas ou que aceitaram o layoff, medida que atingiu cerca de 1,3 mil funcionários e que agora se verão totalmente desprovidos de seus empregos. A Yoki também anunciou o encerramento de sua fábrica de pipoca em Nova Prata (RS), o que irá jogar na rua 300 funcionários. Além delas, tem também a Sony, que anunciou o encerramento de suas atividades na Zona Franca de Manaus, o que deixará 300 pessoas sem emprego.

O Banco do Brasil, estatal na mira da sanha privatista de Paulo Guedes, anunciou também um gigantesco enxugamento de seus funcionários, a começar pela desativação de 361 unidades – entre elas, 112 agências, 7 escritórios e 242 postos de atendimento, além de um PDV que atingirá cerca de 5 mil funcionários. Um ataque de proporções gigantescas contra os bancários, cujos sindicatos também permanecem imóveis diante da situação.

Muito provavelmente essa onda de demissões é apenas o começo de uma série de empresas que irão anunciar no próximo período fechamento de portas, desligamento de funcionários, redução de salários etc. Apesar de terem sido socorridos pelo governo federal com cerca de 1 trilhão de reais no princípio da pandemia, os capitalistas e banqueiros continuam sendo afetados pela crise, que se aprofunda a cada dia que passa e demonstra a total desagregação do sistema econômico vigente. A burguesia, não querendo pagar a conta por isso, irá cada vez mais fazer com que o ônus dessa crise recaia sobre a classe trabalhadora. As direções sindicais pelegas têm um papel fundamental nesse processo, elas realizam acordos desfavoráveis para atender aos patrões e desmobilizam os trabalhadores, posteriormente, vêm os violentos ataques e demissões, sem que a categoria possa reagir.

Os trabalhadores devem, portanto, se mobiliar por fora dessas organizações que só servem aos patrões. A organização terá que ser feita por cima da burocracia, já que as direções demonstraram não ter a mínima intenção de reagir ao verdadeiro massacre promovido pelos patrões. Nos sindicatos pertencentes à CUT, em que algumas direções ainda possuem uma certa combatividade, é preciso que os sindicalistas deixem de lado as vacilações e as capitulações e chamem uma poderosa greve geral de toda a categoria metalúrgica e bancária, que são as que enfrentam os principais ataques neste momento. Além disso, é preciso também ocupar as fábricas e as agências bancárias, paralisando a produção e exigindo dos capitalistas seus empregos de volta. Em uma situação de crise como a que vivemos, estes direitos deverão ser arrancados dos patrões à força. Os trabalhadores devem tomar para si o controle das empresas, expropriando-as dos capitalistas e controlando toda a sua produção.

Nesse momento, é importante que a classe trabalhadora tome consciência da insuficiência da política pelega de suas direções e passe à ofensiva contra os capitalistas. A luta contra a burguesia é de vida ou morte e as ações dos capitalistas através de seus governos já mostraram que estes estão dispostos a deixar toda a classe trabalhadora morrer, seja de doença ou de fome, para salvarem os seus próprios lucros. Apenas uma intensa luta política por parte da população poderá fazer frente a essa sanha assassina da burguesia.

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