O fracasso da via reformista e conciliadora na política se materializou ontem no anúncio da desistência do senador Bernie Sanders da sua pré-candidatura a presidência dos Estados Unidos nas eleições do final do ano pelo Partido Democrata.
Apesar disso, a participação de Bernie Sanders na disputa pela candidatura do Partido Democrata foi uma das mais importantes expressões da polarização política no principal país do capitalismo mundial.
”Never Biden”
Deixando-se levar, novamente, pela campanha imperialista de que qualquer candidatura que se coloque contra Donald Trump seria favorável para a esquerda, em mensagem gravada a seus apoiadores no seu canal no Youtube, Sanders justificou a capitulação porque a disputa se tornou matematicamente impossível.
No chat do canal durante o pronunciamento de Bernie, a palavra de ordem era Never Biden (Biden Nunca) o que deixa muito explícito que quem apoia Sanders não se mostra disposto a apoiar a candidatura pró-imperialista de Joe Biden.
Haddad não é Lula, Biden não é Sanders
De certa forma, é possível até traçar um paralelo com a situação das eleições brasileiras em 2018, que o PT decidiu por lançar Fernando Haddad, sob o mesmo argumento de que qualquer candidatura que se colocasse contra a extrema-direita seria favorável para a esquerda, ainda que em diferentes circunstâncias, foi também apostar todas as fichas nas eleições burguesas com um candidato moderado ao invés de mobilizar a classe trabalhadora nacional que ficou nas mãos dos capitalistas mais uma vez.
São duas candidaturas que representam interesses de classe diferentes.