A produtora de extrema-direita Brasil Paralelo lançou, no dia 2 de abril, o filme “1964 – O Brasil entre armas e livros”. Autointitulado “o maior documentário já produzido no país sobre o período do Regime Militar brasileiro”, o filme é uma propaganda explícita da ditadura militar de 1964-1985.
Os produtores do filme fazem questão de dizer que não receberam “financiamento do governo”, o que é, na verdade, uma forma de fazer campanha pela destruição de todas as políticas públicas para a Cultura. Por outro lado, o filme recebeu grande apoio da burguesia: aparecem no filme figuras como William Waac, Luiz Felipe Pondé, Olavo de Carvalho etc. Além disso, o filme rapidamente alcançou milhões de visualizações no YouTube – o que só é possível com um grande investimento da burguesia, visto que o filme é de uma temática impopular.
Após o lançamento do “documentário”, a extrema-direita está procurando organizar eventos de exibição do filme nas universidades. Trata-se, obviamente, de uma afronta ao movimento estudantil, uma tentativa de ocupar um espaço tradicional da esquerda. Isso não pode ser tolerado pelos estudantes e pelos setores democráticos.
A extrema-direita é inimiga das universidades. O plano de Jair Bolsonaro é privatizar todas as universidades públicas, transformar todo o ensino básico em ensino à distância e perseguir todos os professores e alunos que não se alinhem ao governo. Por isso, é necessário impedir que a extrema-direita se organize dentro das universidades, e isso só pode ser feito de uma maneira: através da mobilização dos estudantes.
É preciso mobilizar todos os membros das comunidades acadêmicas e enfrentar a extrema-direita, a exemplo do que foi feito na sede UNE no início do ano, quando a esquerda impediu que mercenários da extrema-direita atacassem o prédio.