A catástrofe produzida pela Vale prova mais uma vez que, os interesses dos capitalistas são – diametralmente opostos – aos interesses da população. Seguindo essa lógica, o governo do Piauí faz vista grossa e negligencia as manutenções periódicas necessárias. De acordo com moradores de Conceição do Canindé, barragem com capacidade para mais de 170 milhões de litros de água, inaugurada em 2002, nunca passou por manutenção.
Depois do desastre desencadeado pelo rompimento da barragem de Brumadinho – MG, cerca de 400 moradores de
Conceição do Canindé, região Sul do Piauí, e municípios vizinhos foram até a barragem de Pedra Redonda nessa quarta-feira (dia 30), para protestar contra a indiferença do governo estadual quanto à segurança dos habitantes locais e limítrofes. Segundo os moradores, as paredes de contenção do lago formado pelas águas do rio Canindé estão com vazamentos.
Inaugurada em 2002, a barragem tem capacidade para mais de 170 milhões de litros de água. A preocupação dos moradores reside no fato de que existem dois pontos de infiltração na parede do reservatório, o que pode se tornar ainda mais perigoso no início do período chuvoso.
Segundo o presidente da Associação de Piscicultores, Valcir Pereira de Souza, existem duas erosões por baixo, duas infiltrações; o que estaria gerando uma terceira e preocupando toda a população que vê todo esse problema há seis anos, sem solução. Ainda segundo Valcir, o Ministério Público, governo federal e demais órgãos sabem disso. E acrescenta: “nós não estamos aqui para avisar e sim cobrar porque eles não resolveram ainda”.
A aflição dos moradores se fundamenta na situação ocorrida em Cocal, com a barragem Algodões, quando um paredão se rompeu e matou nove pessoas e, é agravada após o rompimento da barragem de dejetos minerais, na cidade de Brumadinho – MG. Ainda de acordo com Sebastião, irrigante do local, o rompimento da barragem deve prejudicar 216 mil pessoas e atingir 10 cidades, impactar a produção de peixes e plantações de frutas irrigadas.
Com a calamidade produzida pelo rompimento da barragem da Vale, agora todo cuidado é pouco; mesmo se tratando de obras e construções geridas pelo Estado que, por sua vez, encontra-se dominado e influenciado pelos capitalistas. No caso da Vale, ficou claro que o lucro dos capitalistas está acima de tudo, e que situações como a de Brumadinho não tardarão a acontecer – se a empresa não for estatizada e colocada sob controle operário; pois estes sim, têm uma relação orgânica com a empresa e o interesse público.
Quanto à barragem de Pedra Redonda, se a população não pressionar o governo, o sucateamento (imposto pela camarilha golpista nas esferas institucionais) dará o aval para a venda à iniciativa privada que comprará a preço de banana e repetirá o ciclo de descaso bem reputado pela população.
