Bancos, mas principalmente o BNDES, abrem as buras de seus cofres para socorrer as empresas automobilísticas, as empresas aéreas e as empresas de energia elétrica. O pacote inicial é de R$ 50 bilhões. É apenas o começo.
A farra vai começar
Outros setores também serão socorridos. Para cada segmento econômico, um grupo de trabalho é formado entre representantes dos bancos e das empresas, para repartir a generosa bufunfa. Única dúvida é a forma de repartição da grana, “Uma solução para todos não serve porque cada setor tem a sua dificuldade, sua característica”. Outros setores econômicos, como se vê, também reivindicam o seu quinhão. Os iniciais R$ 40 bilhões para as empresas de médio e pequeno porte resolvem, mas, “para outros setores talvez não sejam suficientes”, adianta-se o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, em participação de live de grande jornal Bandeirante, desta quarta-feira, 15/04/2020.
Houve tempo no Brasil, que todo o setor elétrico era estatal, “obeso”, “cabide de emprego”, “ineficiente”, “não lucrativo”, etc, etc. Desde a privatização iniciada por FHC, o setor não se cansa de bater às portas dos generosos cofres do governo, não só para impedir a falência do setor, como para garantir seus rotineiros, sistemáticos, intermináveis lucros.
O gordo quinhão do setor elétrico já está desenhado, serão de R$ 17 a R$ 18 bilhões. Desenhado também já está, quem essa conta vai pagar. Será o consumidor de energia elétrica. A amortização da dívida será entre 54 e 60 meses, e será incluída nas contas de consumo de energia elétrica, adianta o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Rodrigo Limp.
O secretário Limp, apressou-se a esclarecer, que a situação desta vez seria “diferente” de 2014 e 2015, quando, no governo da presidente Dilma Rousseff, o setor elétrica abocanhara R$ 21 bilhões. Esqueceu-se de também citar, a bufunça que o setor abocanhara, em 2001, no apagão elétrico do final do governo FHC.
Lucros garantidos
Outrora todo o setor elétrico era estatal, “obeso”, “cabide de emprego”, “ineficiente”, “não lucrativo”, etc, etc, alegavam os privatistas.
Desde a privataria tucana, iniciada por FHC, o setor não se cansa de bater às portas dos generosos cofres do governo, não só para impedir sua falência, como para garantir seus rotineiros, sistemáticos, intermináveis lucros. Foi assim em 2001, por ocasião do apagão elétrico ao final do governo FHC, repetiu-se em 2014 e 2015, no governo do PT, é de novo assim, desta vez, em que os recorrentes privatistas, para não falir, socorrem-se nas generosas tetas dos cofres estatais.
Empresas automotivas e aéreas, entram na farra
Outro generoso e gordo quinhão é, o da indústria automotiva, e quem a vai socorrer é o estatal banco brasileiro, o BNDES. O socorro importará em torno de R$ 20 bilhões.
O setor aéreo também socorre-se, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Cada empresa aérea, Azul, Gol e Latam, abocanhará R$ 3 bilhões. Estatizadas, as companhias aéreas não serão. BNDES, o salvador dessas companhias, não será o dono delas, será no máximo um mero e secundário sócio. Banco Santander à vontade, acha-se no direito de ordens ao governo dar, para salvar da falência as monopolistas empresas. “é preciso que a solução saia rapidamente para o setor aéreo”, que, assim como o setor automotivo, estaria “queimando caixa diariamente”. “As três empresas de aviação no Brasil estão a queimar, de “R$ 70 milhões a R$ 100 milhões todos os dias”.
Rial, o presidente do banco Santander, acha que, o fato de as empresas automobilísticas, as empresas de aviação, queimar R$ 70 a 100 milhões todos os dias, nas empresas delas, seria “muita coisa”. No entanto, o BNDES, torrar R$ 20 bilhões para essas empresas, empresas que nem do BNDES é, seria o que, presidente do banco Santander?. Sem se dar ao trabalho de qualquer resposta, a “velocidade é muito importante”, para liberar os R$ 20 bilhões, ordena o presidente do banco Santander.
O governo escancara os cofres do BNDES para salvar da falência as empresas capitalistas. Os neoliberais apregoam que, quanto menos estado melhor. Pregam que a “mão invisível do mercado” tudo resolveria. Na iminência da falência generalizada, êsses neoliberais do “pau oco”, não é na “mão invisível” do mercado que se socorrem, mas nas generosas e gordas tetas dos bancos governamentais, principalmente. Urge, a imediata estatização dessas falidas empresas, como medida necessária para combater não só a grave crise do coronavírus, mas também, combater a crise terminal do putrefato capitalismo.