Na última quinta – feira (20) realizou-se mais uma rodada de negociação entre o Comando dos Bancários e a Fenabam, onde se confirmou, mais uma vez, a política dos banqueiros, nessa campanha salarial da categoria, de ataques aos direitos e conquistas dos trabalhadores.
Os banqueiros, depois de proporem, na reunião do dia 18 de agosto, de reduzir em até 48% a distribuição dos Lucros e Resultados (PLR), agora propõem em acabar com a 13ª cesta alimentação e reduzir a gratificação de função de 55% para 50%. Além disso não apresentou nenhuma resposta em relação às demais reivindicações, tais como índice de reajuste salarial, manutenção de cláusulas que constam no acordo vigente, metas, garantia no emprego, etc.
A categoria bancária está sendo vítima dos banqueiros e seus governos dos piores ataques às já precárias condições de vida dos trabalhadores.
Os banqueiros, um dos maiores financiadores do golpe de Estado, aplica uma política de rapina para aumentarem os seus já fabulosos lucros.
A reestruturação promovida pelo setor nas últimas duas décadas, junto com as fusões, privatizações, desregulamentações, redução acentuada dos custos operacionais e o uso intensivo da informática, levou a prática de uma política de arrocho salarial agressiva feita pelos bancos e o aumento exponencial das tarifas bancárias para toda a população. Os lucros dos bancos destoam totalmente com a deterioração dos salários dos bancários que ao longo dos últimos anos vêm recebendo apenas um reajuste, “acima” da inflação (todo mundo sabe que a inflação calculada pelo governo é totalmente manipulada), no percentual de 1%, uma verdadeira miséria em comparação aos lucros dos banqueiros golpistas; somente no primeiro trimestre deste ano os cinco maiores bancos já lucraram R$ 18 bilhões, o que destoa completamente com o salário de ingresso de um bancário que é um pouco mais do que R$ 2 mil, remuneração pífia quando comparado com o salário mínimo vital que, inclusive é garantia constitucional, não poderia ser menos do que R$ 5 mil.
Além dos salários arrochados, a categoria bancária está sofrendo uma ofensiva reacionária dos banqueiros através de demissões em massa, fechamento de centenas de agência, assédio moral, descomissionamento, ataque aos planos de saúde, etc. A proposta dos banqueiros de redução salarial e fim dos direitos dos bancários, fruto de décadas de lutas, é uma verdadeira afronta às reivindicações dos bancários.
Os bancários fazem parte de uma das categorias mais importantes, com um contingente de mais de 450 mil trabalhadores, sendo uma das poucas categorias que conquistou, através de muita luta, um Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) nacionalmente e que detém um grande poder de mobilização.
A campanha salarial dos bancários se dá em um momento decisivo no processo golpista. A unidade da categoria, aliada às demais categorias de trabalhadores, que se encontra também em campanha salarial (Correios, Petroleiros, Metalúrgicos) – que sofrem os mesmos efeitos das medidas dos golpistas – deve se dar através de uma gigantesca mobilização nacional na perspectiva de derrotar o golpe e os banqueiros contra os ataques aos trabalhadores.