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Neoliberalismo

Banco digital será criado com 105 mi de contas e privatizado

Em um "grande acordo nacional" as subsidiárias das estatais brasileiras estão sendo entregues ao capital financeiro internacional.

Dentre as “comemorações” pelos 160 anos de fundação da Caixa Econômica Federal está a autorização do Banco Central do Brasil para a criação por parte da instituição de um Banco Digital a partir dos dados de 105 milhões de brasileiros que se cadastraram no aplicativo Caixa Tem. É, praticamente, metade da população brasileira.

Até aqui tudo bem, ocorre que a direção da Caixa sob a orientação do ministério da Economia conduzido pelo neoliberal Paulo Guedes vê nessa operação a oportunidade de privatizar mais um pedaço da empresa.

A medida se junta a outras manobras da atual gestão golpista da Caixa, como a privatização da Caixa Seguros, das Loterias, etc. que ataca as subsidiárias da companhia visando sua liquidação completa até o fim do governo Bolsonaro. 

O banco digital criado pela Caixa simplesmente passará a ser o maior banco digital do mundo, sendo que no momento de sua fundação já poderá superar o número de usuários do chinês WeBank que atualmente conta com 100 milhões de usuários.

Fonte: Olhar Digital; GR1D.

Em entrevista ao canal 247 no YouTube, Sérgio Takemoto, presidente da  Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), afirma categoricamente que a medida porá em risco a sobrevivência da Caixa, uma vez que as contas de usuários representam um dos setores mais rentáveis do banco e que dão sustentação aos programas sociais que a entidade desempenha. Segundo ele, a criação do banco digital representa “um golpe de morte na Caixa”.

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) foi fundada em 29 de maio de 1971, durante o 6º Congresso Nacional das Associações de Pessoal, em Curitiba (PR), para dar maior integração e unidade ao movimento associativo dos empregados da Caixa. A Fenae congrega as 27 Associações do Pessoal da Caixa (Apcefs). O número de associados, ativos e aposentados, é, atualmente, cerca de 50 mil.

A autorização do Banco Central para a criação de um banco digital, cria na prática uma nova subsidiária da Caixa Econômica Federal, que passará a ser num primeiro momento a sua controladora. Como se sabe, as subsidiárias de empresas estatais foram autorizadas pelo Superior Tribunal Federal (STF) para serem privatizadas sem a necessidade da análise do Congresso.

A ação permitiria, portanto, que os golpistas entregassem a terceiros todos os dados das 105 milhões de contas abertas principalmente durante a pandemia, sobretudo pelos brasileiros beneficiados com o Auxílio Emergencial e os inúmeros saques emergenciais do FGTS pagos através do aplicativo Caixa Tem.

Ou seja, na impossibilidade de privatizar diretamente a Caixa, o governo cria uma subsidiária do banco, que neste caso seria o banco digital e passa para esta nova subsidiária informações, ativos financeiros e poderes da controladora original, na sequência a mesma Caixa privatiza a sua subsidiária, e então já não possui mais nenhum poder sobre esta que agora pertence aos capitalistas do mercado financeiro. Até mesmo o preço de venda já foi anunciado: R$100 bilhões.

“Um patrimônio enorme… construído pela empresa pública Caixa, pela inteligência dos trabalhadores da Caixa”

Sérgio Takemoto, presidente da FENAE

De acordo com o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o banco digital terá como objetivo três eixos: o pagamento dos benefícios sociais, atuar no microcrédito e também no crédito imobiliário para famílias de baixa renda. Apenas estas três esferas de atuação são suficientes para descaracterizar totalmente as operações do banco, levando a mais demissões em massa e à inviabilidade econômica da empresa.

Um ataque gigantesco aos trabalhadores

De forma semelhante ao que ocorreu no Banco do Brasil, a Caixa lançou recentemente um Plano de Demissão Voluntária (PDV) para demitir 7 mil funcionários. A direção da empresa, no entanto, não divulgou quantos trabalhadores aderiram. E assim, a Caixa que chegou a ter 101 mil empregados em 2014, atualmente estaria com 82 mil.

Também neste início de ano, 5 de janeiro, a Caixa concluiu mais uma etapa do processo de abertura de capital da Caixa Seguridade, outra de suas subsidiárias. A empresa comunicou a consolidação do acordo que permite à Tokio Marine Seguradora explorar, de forma exclusiva, os ramos de seguros habitacional e residencial, segundo informou o Valor Investe. O acordo tem prazo de 20 anos e o banco recebeu R$1,5 bilhão.

Ainda no fim de 2020, a Caixa também formalizou o acordo com a empresa francesa CNP Assurances para formação de sociedade que irá explorar, por 25 anos, os ramos de seguros de vida e produtos de previdência. A Caixa recebeu R$7 bilhões de reais pela operação, um preço miserável perto do valor dos bens fornecidos para a empresa privada.

Assim, fatias significativas do patrimônio da Caixa já foram entregues para o capital privado, inclusive estrangeiro. Somados ao roubo massivo de dados da população e ao ataque à categoria dos bancários, que serão demitidos massivamente, este é mais um ataque de morte ao povo brasileiro e ao patrimônio público nacional. 

As iniciativas econômicas dos golpistas deixam claro que o ano de 2021 será decisivo na ofensiva contra as empresas estatais, o que expressa a sanha dos capitalistas em reduzir a economia nacional à de uma mera colônia de exportação de matéria prima. O dinheiro do povo que é por séculos investido para construir empresas estatais estratégicas para a soberania nacional serão agora entregues a preço de banana para o imperialismo.

A privatização disfarçada segue, portanto, a todo vapor. A estratégia de utilizar as subsidiárias das estatais é um trunfo promissor dos golpistas de forma que as operações de destruição do patrimônio público seguem sem nenhum sinal de resistência real por parte das organizações de luta dos trabalhadores.

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