Na cidade do Rio de Janeiro há 3.582 casos de infecções por Covid-19 sem identificação do bairro da localidade de origem do paciente. Nas fichas dos pacientes “bairro indefinido”. Isso significa que aproximadamente 34% dos 10.619 casos confirmados na cidade do Rio de Janeiro não tem identificada sua localidade de origem. Se fosse um local “bairro indefinido”, estaria na frente de todos os outros bairros e ainda de algumas cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro.
Segundo o médico infectologista Gustavo Magalhães “Estamos acompanhando o comportamento do vírus, a circulação no nosso município. E se, nas fichas de identificação, faltam dados importantes, como o bairro onde os pacientes residem, isso dificulta muito o trabalho da prefeitura, da vigilância epidemiológica. Isso para que tomem decisões importantes se numa determinada região terá medidas mais rigorosas, isolamento mais rigoroso, para proteger a população”.
Neste cenário onde 34% dos casos confirmados não trazem dados utilizáveis de geolocalização qualquer tentativa séria de combate a pandemia fica comprometida. Isso influencia negativamente toda a logística da rede de atendimento aos pacientes vítimas da pandemia de Covid-19, aumentando seu custo e diminuindo sua eficiência.
É de senso comum que as favelas ou comunidades e demais ocupações urbanas são áreas negligenciadas pelo poder do estado, não sendo diferente nos zoneamentos municipais. Os moradores dessas além de todos os destratados cotidianos, denunciados no mais diversos veículos de comunicação, quando necessitam de realizar algum cadastro oficial não tem sua comunidade reconhecida e costumam ser registrados como “bairro indefinido”.
A não identificação da localização da origem desses 3.582 pacientes mascara a real situação das comunidades, que já apresentam números altíssimos de infecções e mortes por Covid-19. Os números oficiais de infecções e mortes nas comunidades da cidade do Rio de Janeiro são alarmantes e já superam os números de algumas cidades metropolitanas do Rio de Janeiro.
Todo esse cenário macabro é fruto da política criminosa do Marcelo Crivella no município do Rio e de Wilson Witzel no estado. O descaso e o apartheid social imposto no Rio de Janeiro estão configurando uma verdadeira incubadora para a pandemia, onde milhares de trabalhadores são deixados quase como alimento para o vírus.
Todo caos atual gerado pela ausência de quaisquer ações sérias do poder estatal para enfrentar a pandemia, estão sendo usados como pretextos instaurar uma verdadeira ditadura no estado do Rio de Janeiro.