O longa metragem “Bacurau”, mostra o nordeste resistindo à barbárie fascista. Lançado em agosto de 2019 no Brasil, é o único filme brasileiro que ainda tem grande chance de concorrer a edição do Oscar do ano que vem. Pois a obra foi lançada apenas no começo de 2020 nos Estados Unidos, país que sedia o Oscar, antes do fechamento dos cinemas por conta da pandemia. O longa dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, com grande participação de Sônia Braga, foi um dos filmes concorrentes para representar o Brasil no Oscar 2020, só que perdeu o lugar para “A Vida Invisível” de Karim Aïnouz.
Anteriormente, a obra foi ovacionada em vários outros festivais, conquistou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes, na França, onde desbancou nomes como Almodóvar, Tarantino e Dolan. Melhor Filme no Festival de Cinema de Munique, na Alemanha, e o Prêmio da Crítica Internacional no Festival de Cine de Lima, no Peru Um misto sofisticado de faroeste, suspense e ficção científica, Nas palavras dos diretores, um western brasileiro, que mistura aventura e ficção científica. Onde expõe perfeitamente o espírito do tempo, crítico do golpe de 2016, em que o Brasil passa um momento social e político muito turbulento até os dias de hoje.
É um filme de esquerda, onde a violência é usada para defesa coletiva da sobrevivência, sendo possível se impor e recorrer a ela para defender seus limites. Que mesmo com o aviso no início do filme “Bacurau: se for, vá na paz”, ainda nos surpreendemos quando os moradores retribuem, defendendo-se da violência gratuita feita pelos fascistas que se encontram no momento na região. Sendo um chamado para o povo, para a luta de classes, sem mais espera e tolerância, os inimigos do povo precisam ter o que merecem.