Apresentando o Brasil em uma realidade distópica, que na verdade pode estar acontecendo hoje, o filme Bacurau, dos diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, mostra um sertão nordestino, mas que também é o reflexo de vários lugares do país, como as periferias das grandes cidades, o que torna a obra singular e intensa. Resumindo, para quem não conhece a história do longa, ele se passa em uma pequena cidade no Nordeste em que alguns fatos “estranhos” começam a ocorrer: assassinatos, uma disputa tensa e violenta pela água potável, além da presença de forasteiros na cidade.
Uma produção que tem sido “adotada” pela esquerda como um filme que denuncia o golpe de 2016 e a extrema direita, como é de fato, trazendo para o público questionamento sobre o futuro, ou até mesmo o presente, como já foi dito acima. Mostrando como os agentes da alta burguesia violam os direitos dos grupos oprimidos, promovendo seu genocídio, expondo para o público as desigualdades sociais, os problemas crônicos do Brasil, deixando claro também a submissão e obediência do governo fascista de Bolsonaro, se alinhando aos EUA.
Mas em uma reviravolta no filme, os moradores da cidade se armam e revidam, apresentando que existem ganhos para seguir em frente, que onde teve dor e perdas, há uma raiz para superá-las. Formando uma imagem nítida da tendência de luta no presente e a impopularidade do golpe de 2016, que está se intensificando para algo mais opressor e ditatorial. Entendendo assim a importância de uma organização social, coordenada por um espectro de comunidade coletiva, trazendo a solução contra governos que querem destruir o seu próprio povo, onde a união da comunidade ensina que o individualismo, pregado pelo sistema como o caminho, fracassou. Sendo o fundamental para a classe trabalhadora pegar em armas e dar o contra-ataque à burguesia.
O filme apresenta clara reflexão entre oposição e combate, onde o povo não fica submetido a onda fascista na região, como está acontecendo da mesma forma no país, que prova que já nos encontramos em uma ditadura, sendo assim, a única saída para pôr fim a esse sistema falido em que o mundo se encontra, pois a classe operária já está sofrendo com grandes ataques. E esse combate se dá com o povo tomando as ruas, impondo seus direitos, contra uma violência gratuita desse sistema e que agora precisa ser parada, o estopim já foi dado, a questão agora é onde isso vai parar, porque agora que começou, o que se espera é que chegue até o fim, sem mais espera e tolerância. Os inimigos do povo precisam ter o que merecem.