Na madrugada da última quinta-feira (26), cinco pistoleiros fortemente armados invadiram o acampamento “Márcio Matos” do MST, na cidade de Cafarnaum, localizado na Chapada Diamantina (BA), e aterrorizou as famílias que lá viviam. O secretário da agricultura da cidade, Francisco Elizete G. Cândido, conhecido como Chico, participou diretamente do ataque.
Em 2011, a Fazenda Queimadas foi embargada por cultivos ilegais e se encontrava improdutiva. Um grupo de famílias ligadas ao MST ocupou o local, que, estando em posse do governo, poderia ser destinada à Reforma Agrária. A Justiça concedeu reintegração de posse e expulsou as famílias. No dia 27 de Fevereiro deste ano, cerca de 60 famílias reocupou a fazenda, seis anos após a primeira ocupação e três anos após o despejo.
O coordenador político do MST na Chapada Diamantina, Abraão Brito, denunciou que a escalada de ataques contra os acampamentos têm estreita relação com o governo Jair Bolsonaro, que promove e fortalece o ódio de classe dos proprietários fundiários e dos políticos de extrema-direita no campo. Em diversas ocasiões, os pistoleiros gritavam “Agora é Bolsonaro”, demonstrando total consciência do apoio do governo federal e da garantia de impunidade por parte da polícia e do sistema judiciário, dominados pela extrema-direita.
A extrema-direita fascista continua avançando sobre os movimentos de luta pela reforma agrária, apesar da epidemia de coronavírus que atinge o país. Por isso é necessário a imediata formação de comitês de autodefesa no campo, para responder à altura aos ataques dos pistoleiros e latifundiários. Os sem-terra não podem ficar à mercê da violência política da extrema-direita, amparada no governo Bolsonaro.