Neste domingo (17), um angolano foi morto a facadas em Itaquara, bairro localizado Zona Leste de São Paulo. Dois outros imigrantes ficaram feridos ao tentar impedir a agressão. O agressor é um mecânico brasileiro de 47 anos e fugiu do local.
Testemunhas relatam que o ataque foi motivado por xenofobia e ocorreu após uma discussão sobre o pagamento de auxílio-emergencial do governo federal para imigrantes. No decorrer da discussão, quando os africanos disseram que a posição do brasileiro era uma manifestação do racismo, este último tirou a faca e desferiu um golpe no peito do angolano. O mecânico afirmara que os “estrangeiros só queriam receber dinheiro do governo enquanto os brasileiros estão sofrendo.”.
A imigrante congolesa Hortense denuncia que ameaças e agressões contra imigrantes africanos tornaram-se frequentes na área da Cidade Antonio Estêvão Carvalho. Hortense abandonou sua casa há cerca de dois meses, em virtude das ameaças que vinha sofrendo.
A Cidade Antonio Estêvão Carvalho se localiza na Zona Leste da capital e é conhecida pela grande quantidade de imigrantes africanos, como congoleses, angolanos e camaroneses. Hortense relata diversos tipos de perseguição e atitudes racistas que vêm ocorrendo contra os africanos, desde discriminação dos motoristas de ônibus até perseguições nas ruas e impedimento de frequentar determinados locais.
A extrema-direita fascista se fortalece e levanta a cabeça com o estímulo e proteção do governo Jair Bolsonaro. A xenofobia e a perseguição dos imigrantes africanos é expressão do clima político imperante no país. Em diversas ocasiões, Bolsonaro manifestou o apoio ao racismo e à prática da xenofobia contra os povos africanos.
A comunidade de imigrantes africanos na cidade de São Paulo e em outras cidades e regiões do país não pode ficar à mercê dos ataques da extrema-direita fascista. É preciso organizar comitês de auto-defesa para reagir à altura. Cada ataque dos fascistas deve ser respondido na mesma medida. Não se pode ter qualquer tipo de ilusão nas instituições do Estado capitalista, pois estas são dominadas pela extrema-direita.
À medida que a extrema-direita se fortalece e toma as ruas, com o apoio do aparelho de Estado, os ataques contra os imigrantes africanos e as perseguições nas ruas vão se intensificar.
O angolano João Manoel, de 47 anos, era um trabalhador frentista. Foi uma vítima da violência dos fascistas, que enxergam na eliminação física dos imigrantes uma solução para a crise capitalista. É preciso organizar a autodefesa do povo negro, do povo pobre, para varrer do mapa os fascistas, pela força.