O secretário especial da Fazenda Waldery Rodrigues Júnior diz que o auxílio emergencial de 600 reais é caro, mas deve ser prorrogado com outro perfil. O custo mensal aproximado é de 51,5 bilhões e as três parcelas sairão em torno de 152 bilhões de reais. A última parcela está prevista para junho.
O secretário afirma que o programa é valiosíssimo, mas é muito caro e poderá ser criado com outro perfil. Algo como o programa bolsa família.
No congresso começam articulações no sentido de prorrogar o auxílio, começando novo embate com o executivo, que tem oferecido cargos de direção nos ministérios, para atrair o centrão e formar base de sustentação do governo. Essa é a síntese da matéria do jornal G1 da Globo.
O secretário insiste muito na tecla de que o programa é muito caro, querendo assim articular a redução do benefício. O presidente se manifesta dizendo que deveria ser entre 300 e 400 reais.
Isso parece manobra de negociação com o congresso. A exemplo da articulação em torno da prorrogação da desoneração da folha de pagamento das empresas. Nessa articulação o deputado Orlando Silva do PcdoB apresentou projeto para prorrogação do benefício por um ano e que foi aprovado nesta quinta feira no congresso. O acordo foi feito pelas lideranças e inclusive a do PT.
Dá a entender que o objetivo é fazer com que o centrão volte a se fortalecer na vida política do país, E depois de cair em descrédito pela população e perdendo a votação que tinha antes do golpe de estado em 2013, agora estão manobrando para tentar fazer voltarem à cena política, tentando ludibriar a população. Veremos se terão sucesso.
O auxílio foi orçado em 42 bilhões e saiu por 51,5 bilhões mensais e as três parcelas ficarão por 152 bilhões. Já o auxílio aos banqueiros e empresários foram orçados em 1,2 trilhão e por quanto vai sair de fato? Lembremos que o dinheiro do estado é na verdade de toda população e não só de um classe. A classe capitalista recebe 1 trilhão enquanto os trabalhadores apenas 50 bilhões. E ainda estudam pegar de volta os 600 reais através do imposto de renda, segundo notícia da imprensa.
É um escárnio desse governo liberar mais de um trilhão para salvar bancos e empresas e negar 600 míseros reais para a população. Os bancos batem recordes de lucro ano após ano há décadas, nem precisam dessa ajuda.
Ao contrário dos trabalhadores que ficam sem emprego e largados à própria sorte e tendo que viver com 600 reais em meio a essa pandemia. Isso quando conseguem passar pela burocracia imposta, que claramente foi colocada para dificultar o acesso a maior número de trabalhadores possível.
Esta que sofre com o desemprego altíssimo, com a fome, miséria, falta de atendimento médico, moradias, saneamento básico e água. E para completar tem que se expor ao contágio do coronavírus, sem proteção de máscaras, álcool, nos transportes de trem e ônibus superlotados. Tem que ir ao trabalho quando poderiam ficar em quarentena com os salários pagos pelas empresas onde trabalham.
Se conforme diz o secretário, 600 reais é muito caro, então 1 trilhão é barato? Que matemática é essa que inverte o valor dos números? Demonstra o pouco caso para com a população e total subserviência ao capital. São declaradamente inimigos do povo.
Nada fazem pelo povo, tiraram o pouco que conquistaram com muita luta por décadas. Nem os partidos de esquerda e sindicatos, que são seus defensores históricos se mostram dispostos a lutar por eles. Esse povo sofrido só pode contar com sua própria força, se unindo em conselhos de bairro e de empresas e estabelecendo uma pauta de luta, de reivindicação ao estado, encontrando soluções próprias para enfrentar a crise econômica e o coronavírus.