Um estudo sobre as candidaturas de mulheres nas eleições de 2020 aponta as dificuldades de participação com aumento muito grande da violência. Os dados e análise foram realizados pela professora Marlise Santos, responsável pelo Departamento de Ciência Política da UFMG.
A pesquisa aponta diversos dificuldades que as mulheres enfrentam ao se candidatarem, alguns deles são a não destinação legal de 30% do fundo eleitoral para as candidaturas femininas, impossibilitando a realização da campanha, chegando a relatos de atos extremos como violência física, por meios virtuais, humilhação pública e ataques racistas.
O mapeamento foi realizado através de uso de cartilhas e aplicação de questionários e os resultados colhidos apontam segundo Marlise para a eleição mais violenta que se tem notícia.
Essas informações vão na contramão do propagado avanço das mulheres em diversas áreas da vida social propaga pela direita e esquerda pequeno burguesa. Traz a grande realidade imposta pelo golpe de estado, aliando a ampliação aos ataques aos direitos democráticos, como os direitos políticos com a opressão cada vez mais profunda das mulheres brasileiras, começando com o impedimento injustificado da presidenta Dilma Roussef.
O que vemos no país são ações que jogam as mulheres de volta a idade média, aprisionadas no lar ou trabalhando de forma mais precária possível, sem direitos políticos e sem ao menos poder tomar decisões a cerca de seu próprio corpo, com a prática do aborto sendo decidida pela burguesia e pelas igrejas.
Junto com o retrocesso do golpe no país está a grande desagregação do movimento organizado de mulheres, tendo várias de suas direções sucumbido ao identitarismo pequeno burguês e deixando as mulheres trabalhadoras totalmente a própria sorte frente ao estado assassino.
É preciso que se diga que só é possível fazer frente a esses ataques promovendo uma forte organização de mulheres com caráter classista e combativo para lhes garantir os direitos políticos de volta. Se governos como o Bolsonaro e os governos de frente ampla seguirem dominando o país a tendência é que as próximas eleições sejam ainda mais violentas e antidemocráticas, vetando a participação efetiva das mulheres.