A Comissão Pastoral da Terra (CPT) apresentou o relatório de “Conflitos no Campo Brasil 2017” e os números apresentam um agravamento exponencial da violência no campo. Os dados apresentados pelo Centro de Documentação (CEDOC) Dom Thomás Balduino que os números da violência são as mais elevadas desde quando a CPT começou a fazer a sistematização dos dados no ano de 1985.
O relatório é amplo e pode ser analisado de diversas maneiras, mas vamos nos manter nos números de famílias sem-terra que estão sob ameaça de pistoleiros contratados por latifundiários, madeireiros, grileiros de terra, mineradoras e a especulação imobiliária. Além do número mais alto de assassinatos (71 pessoas) desde o ano de 2003.
Segundo os dados da CPT, houve um aumento exponencial no número de famílias que estão na mira de pistoleiros profissionais nas regiões onde o agronegócio e o latifúndio estão bem estabelecidos, ou mais modernos.
É importante fazer a relação entre os dados anteriores ao impeachment da presidenta Dilma Roussef em 2016 e após, onde os golpistas colocam em marcha uma ofensiva contra os movimentos de luta pela terra.
No relatório a CPT apresenta que em 2016 foram 1.079 ocorrências de conflito de terra e em 2017, 989, e que esses números nunca atingidos nos 30 anos anteriores. E que a média dos anos de 2015, 2016 e 2017 são 36% superiores que a média dos 10 últimos anos (2005 a 2014).
Os dados são que na região sudeste o número de famílias que estão sob ameaça de pistoleiros pulou de 695 para 3189 famílias, um aumento de 459%. Já na região centro-oeste, as famílias sob ameaça de pistoleiros foi de 854 em 2016 para 2393 em 2017, um aumento de 280%. Isso porque a região centro-oeste se concentra o chamado agronegócio “moderno”.
Os números revelam que há uma enorme ofensiva cada vez mais violenta após a tomada do poder pelos golpistas após o impeachment em 2016. O clima de terror no campo e o aumento das chacinas contra os trabalhadores sem-terra vão continuar como uma ferramenta de acabar com os movimentos de luta pela terra.
Portanto, é importante lembrar que no momento a maneira de aglutinar em torno de si todo o movimento popular que esteve nas ruas contra o golpe, contra a direita e seus ataques é o ex-presidente Lula, que se encontra preso pelos golpistas em Curitiba.
A única maneira de impedir a evolução do golpe e o aumento da violência é a derrota dos golpistas. É preciso organizar os trabalhadores da luta pela terra para, juntamente com os trabalhadores da cidade, organizar uma grande greve geral para derrotar os golpistas e garantir a liberdade para Lula.