O Rio de Janeiro é o segundo estado mais desenvolvido do Brasil e conta com a terceira maior população. Mesmo assim, o governo do assassino Wilson Witzel (PSC-RJ) se recusa a investir no seu desenvolvimento social, na verdade se esforça para sucateá-lo. Com a contínua destruição do sistema de saúde, já são mais de 1.700 mortos pelo coronavírus, e isso apenas em dados oficiais. Desse modo, é claro que a direita não mudou seu programa com a crise sanitária, pelo menos não para solucioná-la. Sobre o pretexto de tal problema, ela se aproveita para tomar medidas autoritárias que já vinha tentando firmar, visto que a esquerda está em quarentena política. Nesse âmbito, o EAD é um dos principais ataques a toda a comunidade escolar e universitária, o antigo projeto fortalecido depois do golpe de 2016 é um passo para a privatização da educação, uma vez que fundamenta a desigualdade e o sucateamento do ensino.
O sindicato estadual dos professores (Sepe) do RJ reclama das péssimas condições que os educadores possuem para participar do ensino à distância imposto pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc). Se eles têm dificuldade, imagina os estudantes? Uma grande parcela não tem nem um chip de dados, muito menos um computador funcional, sem contar com os que precisam trabalhar para não morrer de fome. Vale ressaltar que muitas casas só tem wi-fi compartilhado, ou até aparelhos compartilhados, ou seja, a internet é limitada e extremamente lenta, e que o salário dos professores é uma tremenda migalha, assim como os prometidos auxílios do governo que não chegam a ninguém.
Pressionado, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) entrou com uma ação na Justiça pedindo que a Secretaria Estadual de Educação não conte as aulas online como dias letivos normais. Como resposta, ela afirma que 80% dos alunos da rede já participam permanentemente destas aulas pela internet, ou seja, que o serviço funciona perfeitamente para a maioria. Ainda promete que nos próximos dias serão entregues chips com dados de internet para todos os alunos, professores e diretores da plataforma. Não é possível tamanha ingenuidade para acreditar nas mentiras da Seeduc, o EAD não é uma medida paliativa de combate a crise, é um projeto articulado para que a burguesia não precise gastar dinheiro com os custos trabalhistas e as dependências estudantis, um ataque às organizações estudantis que se dão no encontro e na formação de laços políticos.
