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Medida ilegítima

Atos contra as medidas repressivas não são bolsonaristas

Os "lockdowns" agravaram ainda mais uma situação que se tornou crítica e empurra a população para um confronto com o regime político, esta é a base material do conflito que motiva os atos

A enorme crise econômica, agravada pela pandemia e pela política criminosa dos golpistas, está levando dezenas de milhões de brasileiros à falência, ao desempregado e à miséria. Neste cenário, os “lockdowns” e medidas restritivas agravaram ainda mais uma situação que se tornou crítica e empurra a população para um confronto com o regime político. Esta é a base material do conflito, que tem se expressado em vários atos contra as restrições em todo o País. Permite entender porque apesar de em alguns lugares a revolta se manifestar com a presença da direita, mesmo bolsonarista, estes atos não são bolsonaristas.

Foi assim que atos contra o “lockdown” e as restrições ao funcionamento do comércio passaram a ocorrer em todo o País. Em capitais, mas também em cidades menores. Brasília teve um ato expressivo, em frente à casa do governador golpista Ibaneis Rocha (MDB). Atos também ocorreram pelo menos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná. Entre as reivindicações, o pedido para a reabertura do comércio, para a necessidade de trabalhar e contra as restrições impostas sem nenhuma contrapartida.

Esta catástrofe econômica ocorre num momento em que o País caminha para 300 mil mortos por coronavírus, apenas em dados oficiais, o que levou os golpistas ditos “científicos”, de forma demagógica, a decretar “lockdowns” e restrições por todo o País, com o pretexto de combater a pandemia. No entanto, além de não ter qualquer eficácia para conter a crise sanitária, estas medidas puramente repressivas estão aprofundando a crise econômica e a miséria de um amplo setor da classe trabalhadora e da pequena burguesia.

Por exemplo, o caso em que uma pessoa é submetida ao “lockdown”, sua atividade econômica para, mas ela não tem respaldo nenhum do Estado para sobreviver. Esse é o caso do camelô, da pessoa que faz bico ou da que montou um empreendimento no quintal de casa. Também é o caso do comércio muito pequeno, como de um cabeleireiro que abre uma porta na periferia, compra uma cadeira e corta o cabelo das pessoas, sem quase nenhum investimento de capital. É também o caso daqueles pequenos comerciantes, que tem um ou 2 funcionários, trabalham com a família.

No 1º caso, eles não são empresários, continuam sendo trabalhadores, apesar da aparência de que estão empreendendo por conta própria. No 2º caso, dos micro empreendimentos, os cabeleireiros, manicures, são também uma espécie de trabalhadores. Já o 3º caso, trata-se do típico pequeno burguês, que não se livrou do trabalho, precisa empregar a sua própria mão de obra e a da família, pois não tem condições de contratar muitos funcionários e apenas administrar o negócio. Todos estes setores são o povo brasileiro e foram atingidos em cheio pela crise.

Os golpistas estão explorando o desespero de uns com a economia – como Bolsonaro, que faz demagogia com os comerciantes – com o desespero de outros com a pandemia – como os governadores, que fazem demagogia com as mortes e com a situação da saúde. O fato é que não é legítimo decretar um “lockdown”, como os governadores fizeram, sem oferecer às pessoas uma alternativa a paralisação da sua atividade econômica, como fornecer um auxílio que cubra o prejuízo das pessoas, que Bolsonaro não deu.

Histórico

Em 2020, pela primeira vez na história do País, mais da metade da população em idade para trabalhar (acima de 14 anos) ficou desempregada. O desemprego, o rebaixamento salarial e os aumentos exorbitantes de produtos básicos de consumo da população, bem como a diminuição brusca da atividade econômica, levaram mais de 72 mil empresas (só de varejo) a fecharam suas portas.

O auxílio emergencial de R$600,00 atingiu quase 70 milhões de brasileiros e foi utilizado basicamente para comprar comida. Após os golpistas acabarem com o benefício, no início deste ano, o auxílio será pago novamente, mas excluindo mais de 28 milhões de pessoas do programa. Para as pessoas que continuarão recebendo, no entanto, os valores foram diminuídos e irão de R$150,00 a R$375,00, onde a maioria das pessoas receberá R$250,00! Com estes valores, sequer dará para comprar comida. Dezenas de milhões de pessoas, que no ano passado, apertaram-se para tentar se alimentar com R$600,00, desta vez passarão fome.

De outra parte, se dezenas de milhões de pessoas não tem dinheiro, isso quer dizer que o comércio e o pequeno empreendimento não tem clientes. Mas não é apenas a falta de dinheiro das pessoas. O “lockdown” e as medidas restritivas também diminuíram o horário de funcionamento destes estabelecimentos, a queda na venda e portanto na receita destes pequenos proprietários foi e está sendo gigantesca. A responsabilidade disto é obviamente do governo Bolsonaro, principal responsável pelo desemprego e pelo não pagamento de um auxílio suficiente para a população sobreviver. Bem como dos governadores e prefeitos “científicos”, que estão impondo fechamentos que além de não terem nenhuma eficácia no combate à pandemia, agravam a crise econômica.

Portanto, não se deve confundir que mesmo nos casos em que há pessoas com camisa verde e amarela no atos, inclusive bolsonaristas – o que é uma manifestação ideológica de um setor – estes atos tem causas bem concretas, que expressam um problema real do País. Ou seja, apesar da presença da direita em vários lugares, a manifestação é de um amplo setor da população, que como citado acima está numa situação extremamente crítica, empurrada para a miséria e sem perspectiva alguma. É preciso, portanto, denunciar que os governo não podem simplesmente dizer que há um problema de saúde, que vão fechar tudo e que o povo deve se virar. Pelo contrário, os governos devem dar condições financeiras, materiais, como um repasse direto de dinheiro (não empréstimo) para que essas pessoas possam sobreviver à crise econômica e ao coronavírus.

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