A União Nacional dos Estudantes (UNE), em conjunto com as centrais sindicais, a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) e entidades ligadas às frentes Brasil Popular e Povo sem Medo estão convocando, para o próximo dia 5 de novembro, um ato intitulado “Basta de Bolsonaro”. Segundo os organizadores, o ato tem como objetivo exigir punição para os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e protestar contra o governo Bolsonaro.
O ato irá acontecer em um momento muito decisivo da luta dos trabalhadores contra a ofensiva da direita golpista sobre a América Latina. Nas últimas semanas, o povo do Equador, do Chile, de Honduras e do Haiti se levantaram contra os governos direitistas e pró-imperialistas de seus países, mostrando a fortíssima tendência à mobilização contra a política neoliberal em todo o mundo.
No Brasil, embora não esteja acontecendo, nesse exato momento, uma revolta popular generalizada, há fortes indícios que demonstram que isso pode acontecer a qualquer momento. Além do fato de que os brasileiros são reféns da mesma política neoliberal, o ato do dia 27 de outubro, realizado em Curitiba, mostrou que a luta pela liberdade de Lula é capaz de colocar uma grande massa de trabalhadores em movimento. Milhares de pessoas saíram em caravanas para participar desse ato, mesmo sem um apoio decidido das direções da esquerda nacional.
A revolta contra o governo Bolsonaro, por sua vez, também é gigantesca. Qualquer aglomeração de pessoas, como festivais de música e até mesmo os mutirões de limpeza do óleo das praias do Nordeste se transforma em manifestações com palavras de ordem contra o presidente ilegítimo. A crise do governo, por sua vez, só aumenta, de modo que notícias recentes apresentam uma possível relação de Bolsonaro com o assassinato da então deputada estadual Marielle Franco (PSOL-RJ).
O ato “Basta de Bolsonaro”, que poderá ser o último ato nacional unificado deste ano, vai na contramão de todos esses acontecimentos. Ao não propor, em sua convocação oficial, a derrubada imediata do governo Bolsonaro e a liberdade incondicional do ex-presidente Lula, acaba por desperdiçar mais uma oportunidade de mobilizar os trabalhadores para enfrentar os seus algozes.