Sindicalistas ligados à Central Única dos Trabalhadores de várias regiões do País participaram na última quinta feira (25), de pequenas manifestações, chamadas de “atos simbólicos” convocados por orientação da Executiva Nacional da CUT, para os
quais foram apontadas as seguintes “bandeiras Principais”:
1 – Manutenção do auxílio de emergência até o final da pandemia;
2 – Manutenção e aumento das parcelas do seguro desemprego;
3 – Denúncia das mortes dos trabalhadores da saúde e defesa do direito a vida e do isolamento social;
4 – Solidariedade às vítimas da COVID19 e seus familiares (que a essa altura já deve passar de 50.000;
5 – Pela democracia e Fora Bolsonaro – Responsável pelos 50.000 mortos
Os eventos reuniram em sua maioria algumas dezenas de dirigentes sindicais e assessores e foram convocados de forma “semi clandestina” uma vez que a própria direção divulgou documento orientando que fossem feitos “ato sem divulgação anterior; apenas organização da CUT junto com suas entidades e dirigentes”.
No entanto, tiveram a importância de serem as primeiras atividades fora do “mundo virtual” realizadas pela maior organização de trabalhadores do País, desde o início da pandemia, em defesa de reivindicações dos trabalhadores diante da crise e contra o governo genocida, pelo “fora Bolsonaro”. Durante todo esse período, a CUT deixou – inclusive – pela primeira vez em sua história de realizar um verdadeiro ato de 1º de Maio, realizando em seu lugar, uma atividade virtual, junto com as demais “centrais” para a qual foram convidados políticos golpistas e alguns dos maiores inimigos das reivindicações dos trabalhadores , como o ex-presidente da República, o neoliberal Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) – o “general da reforma da Previdência”, segundo Bolsonaro – e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Os “ato simbólicos” refletiram a pressão sobre a direção Central, por um lado, do avanço da gigantesca crise capitalista que já provocou – segundo dados oficiais – mais de 55 mil mortos e 1,2 milhão de infectados pela pandemia, levou o País a ter um número de trabalhadores desempregados maior do que o de empregados; a fome e a miséria não param de crescer. Por outro, essa situação cria uma pressão interna no interior da CUT e dos sindicatos, para que estes abandonem a paralisia em que foram colocadas a maioria das entidades sindicais, por conta da política da maioria da esquerda de apoiar as medidas de “isolamento” defendidas (artificialmente) pelos governadores da direita, para fazer demagogia com as classe médias, enquanto dezenas de milhões de trabalhadores são obrigados a trabalharem todos os dias, se aglomerarem nos transportes coletivos lotados etc.
O passo dado pela CUT em vários Estados, é pequeno, insuficiente, mas é o passo de um gigante e deve ser impulsionado. É preciso intensificar a campanha e os debates no interior dos sindicatos, nos locais de trabalho etc. para colocar a CUT no seu devido lugar, à frente da mobilização dos trabalhadores brasileiros na luta contra o genocídio, pelas reivindicações dos explorados e pelo fim do regime golpista, defendendo nas ruas o Fora Bolsonaro e todos os golpistas, o cancelamento de todos os processos fraudulentos da criminosa operação lava jato, com a devolução dos direitos políticos do ex-presidente Lula e a convocação de eleições gerais, livre e democrática.