Com estréia prevista para inicio de 2019, o novo filme dos diretores Nick Loeb e Cathy Allyn cria polêmica com os atores e membros da equipe do filme quando estes recebem o roteiro.
Sentiram-se enganados em relação ao conteúdo abordado no longa quando chegaram ao set e descobriram a real mensagem da trama, que condena a prática do aborto nos Estados Unidos. A polêmica incomodou grande parte dos profissionais que concordaram em participar da produção, dando inicio a uma série de demissões voluntárias e outras não amigáveis.
A obra “Roe v. Wade” ilustra a batalha judicial, realizada em 1973, que garantiu o direito ao aborto em todas as clínicas familiares naquele país. Mesmo retratando uma conquista histórica para as mulheres americanas, o roteiro é baseado em um discurso pró-vida, contrário a decisão judicial de fato.
As filmagens foram iniciadas em junho mas a pessoa contratada para dirigir as filmagens desistiu assim que soube da real intenção do roteiro que distorcia a história real.
Stephen Baldwin e Kevin Sorbo foram alguns dos profissionais que abdicaram o projeto logo que receberam o roteiro. Os diretores resolveram então mudar as falas e as cenas um pouco antes de gravar e quando os atores chegavam ao set recebiam as suas falas.
Estão sendo canceladas também as locações das cenas em lugares externos ao estúdio, como por exemplo, a Universidade de Tulane que vetou as filmagens depois das polêmicas.
Existem também aqueles atores que não se importaram com a versão conservadora dos fatos, tal como o ator Jon Voight que interpretará um Juiz da Suprema Corte.
Enfim, não será a primeira nem a última polêmica em relação ao assunto do aborto, mas o fato importante é o tema chegar às telonas de Hollywood ter gerado algum incômodo no andamento das gravações.
O direito das mulheres em realizar o aborto não deve ser deixado de lado e nem merece que seja feita uma leitura negativa do fato real ocorrido em 1973.
É necessária uma imediata mudança na visão da sociedade em relação ao aborto. Não dá para negar que o aborto é uma realidade e que essa realidade deve se impor diante de restrições meramente morais, motivadas por crenças religiosas ou outras, que não podem se impor sobre a população.
É necessário garantir às mulheres o direito de decidir sobre a manutenção ou não de uma gestação. Somente a própria mulher grávida pode julgar sua capacidade de levar adiante a gestação.