A direção executiva da UNE (União Nacional dos Estudantes) se reuniu na última terça (18/3) com as diretorias da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduados) para promover os atos da Jornada de Luta da Juventude de 2021. Com o tema “A juventude quer Vida, Pão, Vacina e Educação”, a UNE pretende realizar vários atos “simbólicos” para fazer uma oposição farsesca ao governo golpista.
O Dia Nacional de Mobilização será no dia 30 de Março e será organizada em conjunto com as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, que irão organizar as ações integradas junto com outros movimentos sociais.
A agenda também chama um ato “simbólico” no dia 1 de Abril para “lembrar da ditadura militar e os milhares de estudantes que o período de exceção assassinou.”
“É a hora da juventude brasileira se rebelar contra esse desgoverno e incendiar os demais setores da sociedade a agir contra essa política de morte”, destacou o presidente da UNE, Iago Montalvão.
Ou seja, a proposta da UNE, que deveria ser uma representante da luta da juventude, propõe realizar atos farsescos para fingir que está fazendo alguma coisa, principalmente a ideia dos atos virtuais.
Isso ocorre pois a UNE não se propõe a fazer uma oposição real contra os golpistas, pelo contrário, ela se coloca muito mais ao lado da política promovida pela burguesia que do lado dos estudantes.
Um exemplo que pode ser dado é o de que a UNE junto com a UBES realizaram uma campanha em torno das aulas presenciais conhecida como “vacine a educação”, onde foi colocada a mesma política genocida que os golpistas promoviam, a de “volta às aulas com segurança”.
Ao apoiar a ofensiva da burguesia, que foi a volta às aulas, UNE se demonstrou claramente um apêndice dos golpistas, onde é feita uma certa demagogia no quesito da luta contra a extrema direita e contra o fascismo, mas na verdade a política colocada em prática ela organização é tão direitista quanto a de Bolsonaro, defender a volta às aulas presenciais sem vacinação ampla e sem o fim da pandemia é jogar os alunos para o abatedouro.
Quando a UNE não está levando adiante as pantomimas do golpismo, ela não faz absolutamente nada, é impressionante a paralisação do maior organismo de luta dos estudantes. O que permitiu essa paralisação foi, principalmente, a burocratização que o PCdoB e sua juventude, a União da Juventude Socialista (UJS), realizaram dentro da União.
Realizar atos simbólicos ou atos virtuais é um verdadeiro nanismo político, é uma tentativa farsesca de realizar manifestações com intuito de limpar a consciência, e não de limpar o regime golpista do mapa, a política da UNE e UBES é a de adaptação ao regime golpista e vai diretamente contra o interesse dos estudantes de organizar a luta da juventude e dos estudantes contra a direita, o golpe e o Covid-19.
É necessário que os estudantes se organizem através dos comitês de luta estudantis, sem uma política independente das organizações burocratizadas não será possível uma mobilização dos estudantes e da juventude contra o regime golpista.